Sincretismo é um substantivo masculino. O termo vem do Grego synkhretysmós, que significa “união de habitantes de Creta contra um inimigo comum”.
O significado de Sincretismo é conhecido como a fusão de diferentes doutrinas ou posturas com a intenção de formar uma nova doutrina, que pode ser tanto filosófica, cultural ou religiosa.
O sincretismo implica a fusão de distintos elementos em uniões que, em certas vezes, pode faltar coerência interna. A ideia é manter as características típicas das suas doutrinas-base, como, por exemplo, as ideologias, rituais e superstições.
O processo de sincretismo está intimamente relacionado com as relações de comunicação entre grupos sociais que apresentam distintas culturas, tradições e costumes. O contato, quando acontece, gera um convívio entre esses grupos diferentes, criando “adaptações” em vários aspectos culturais, permitindo que cada grupo “absorva” o sistema de crenças dos outros grupos.
O sincretismo pode ser encontrado em vários âmbitos. A questão do sincretismo cultural, por exemplo, resulta no processo de contato entre dois ou mais povos com a mistura de tradições.
Um exemplo claro de sincretismo cultural foi na chegada dos conquistadores europeus à América: ambos os povos possuíam pontos de vistas culturais totalmente diferentes, porém o sincretismo nesse caso foi mais forçado pela cultura dominante (povo europeu) sobre a cultura conquistada (muito embora certas características próprias conseguiram ser mantidas).
A definição de sincretismo aparece ligada à política também – o sincretismo político é aquele que se associa com a combinação de elementos de um movimento ou partido doutrinado de direita com facetas próprias da esquerda, isto é, são duas posturas que, na teoria, são opostas.
Já no âmbito da linguística, o sincretismo sugere que pelo menos dois elementos linguístico se expressem de uma mesma e única forma.
Sincretismo religioso descreve a junção de uma ou mais religiões e doutrinas, misturando suas características e costumes em uma só, de modo a propagar uma formação humana distinta, mais aberta e atual a mudanças.
Esse modelo de sincretismo, bem como o cultural, surge a partir do contato direto ou indireto entre indivíduos que possuem crenças distintas.
Por isso, o processo de sincretismo religioso associa pessoas com diferentes costumes e tradições que, quando unidas, irão desenvolver um contato e aproximação heterogênea, provocando a igualdade, o respeito e a troca de informações e valores que só são alcançados com esse contato realizado.
O sincretismo religioso tende a se formar de maneira espontânea, pois duas ou mais religiões ou doutrinas convivem de maneira harmoniosa entre si na mesma comunidade.
Um exemplo de sincretismo religioso é quando há um grupo que acredita tanto em Jesus Cristo como filho de Deus, mas também crê em divindades hindus por causa do contato prévio feito com outro grupo cujos costumes e tradições apresentem esses pontos de vista.
Um outro exemplo bastante conhecido de sincretismo religioso é o vodu (voodoo), no Haiti, que faz a combinação de elementos africanos com aspectos próprios dos povos das Caraíbas.
Mais um exemplo de sincretismo religioso foi a adaptação e absorção dos conceitos que o cristianismo pegou das religiões pagãs na Europa durante o período da Idade Média.
Como um dos países mais religiosos do mundo, o Brasil é também considerado como uma das nações com mais processos de sincretismo religioso.
Tudo começou com a chegada dos portugueses colonizadores no Brasil que carregou consigo a Igreja Católica – a poderosa instituição daquela época (e do mundo atual) que intencionava aumentar sua influência.
Ao chegar na região, a missão era cristianizar a população indígena do Brasil através dos missionários jesuítas, que eram membros da ordem Companhia de Jesus.
O sincretismo religioso no Brasil se intensificou ainda mais com a presença dos escravos africanos que possuíam seus próprios ritos e costumes e logo se difundiram entre a cultura brasileira, disseminando sua religião entre os povos.
Mesmo com o poder da Igreja Católica sobre os indígenas e sua imposição da religião católica sobre os povos, a mistura de crenças foi inevitável. Ocorreram represálias quanto à celebração de cultos e crenças religiosas dos povos africanos escravizados, aplicando punições caso as regras fossem desrespeitadas.
Veja também o significado de Igreja Católica.
Para preservar suas tradições e evitar punições, os povos africanos utilizaram os conhecimentos repassados pelos padres e associou os santos católicos a seus orixás, disfarçando assim seus cultos.
Esse momento se tornou icônico para o sincretismo religioso do Brasil, pois criou o sincretismo religioso afro-cristão.
Um dos grandes exemplos desse sincretismo é a Umbanda, que mistura o catolicismo, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras.
Ainda durante a época da colonização, surgiram os Quilombos – locais onde não somente os negros se refugiavam, mas também os indígenas. Nesses espaços, a convivência entre os negros e índios favoreceu a troca de conhecimentos e tradições de seus povos.
Atualmente, o Brasil conta com seguidores de inúmeras religiões, desde o Cristianismo e Umbanda, até o Candomblé, Judaísmo, Islamismo, Espiritismo e Budismo. A diversidade religiosa do país é um simples resultado da própria construção do Brasil que recebeu – e ainda recebe – povos de várias partes do mundo.
Não só no Brasil, como no planeta, existem religiões que não aceitam qualquer junção de costumes e formação de novas doutrinas. Esse detalhe sempre deve ser respeitado, principalmente quando não houver acordo ou vontade de união, pois tal grupo pode não ter a mente tão aberta para se interessar por diferenciados costumes e crenças.
Veja também os significados de Umbanda, Islamismo, Budismo e Candomblé.
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