A palavra polissemia vem do grego polysemos e remete a “algo que tem muitos significados”. Na língua portuguesa, a polissemia corresponde a uma área da linguística que estuda palavras que têm a mesma grafia, mas possuem significados diferentes dependendo do contexto em que estão inseridas.
Essas diferenças nos sentidos das palavras podem estar relacionadas a diferentes motivos, tais quais a afinidade etimológica do termo, seu uso em metáforas e suas variações em contextos nos quais a palavra se torna monossêmica em favor da comunicação. Monossemia é o oposto de polissemia, ou seja, quando a palavra tem um único significado.
A polissemia é trabalhada em uma sessão da gramática normativa chamada Semântica. É possível ver o fenômeno na prática nos exemplos a seguir:
Aquele rapaz é um gato.
O gato subiu na árvore.
Como a energia não voltou, precisei fazer um gato.
A palavra “gato” é usada nas três frases, porém, em cada uma das ocasiões ela apresenta um significado diferente. No primeiro exemplo, “gato” é uma gíria usada para se referir à aparência do rapaz. No segundo, a palavra remete ao animal “gato”. Por fim, no terceiro caso, o “gato” é uma atividade ilegal feita por alguém para que obtivesse energia elétrica diante de uma emergência. Nota-se que o sentido da palavra mudou de acordo com o contexto em que ela estava inserida, confirmando-se a premissa da polissemia.
É possível perceber que alguns desses contextos passaram a fazer sentido por questões sociais, culturais ou históricas adquiridas ao longo do tempo. Vale ressaltar, no entanto, que o sentido original descrito no dicionário é o que prevalece, sendo os demais atribuídos pela analise contextual.
Polissemia e homonímia
É comum que se confundam os significados de polissemia e homonímia. No entanto, existe uma diferença substancial entre eles: polissemia remete a uma palavra que apresenta diversos significados que se encaixam em diversos contextos, enquanto homonímia refere-se a duas ou mais palavras que apresentam origens e significados distintos, mas possuem grafia e fonologia idênticas.
Por exemplo, “manga” é uma palavra que representa um caso de homonímia. O termo designa tanto uma fruta quanto uma parte da camisa. Não se trata de uma polissemia por que os dois significados são próprios da palavra e têm origens diferentes. Por esse motivo, muitos especialistas defendem que a palavra “manga” deveria possuir duas entradas distintas no dicionário.
Polissemia e ambiguidade
Tanto a polissemia quanto a ambiguidade são elementos da linguagem que podem provocar confusões na interpretação de frases. No caso da ambiguidade, geralmente, o enunciado apresenta uma construção de palavras que permite mais de uma interpretação para a frase em questão. Nem sempre se trata de uma palavra que tenha mais de um significado, mas de como as palavras estão dispostas na frase, permitindo que as informações sejam interpretadas de mais de uma maneira.
Já no caso da polissemia, por uma mesma palavra possuir mais de um significado, ela pode fazer com que as pessoas não compreendam o sentido usado no primeiro contato com a frase e interpretem o enunciado de uma maneira diferente do que ele era intencionado. Neste caso, para que isso não ocorra, é importante que fique claro qual é o contexto em que a palavra foi usada.
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