Significado de Paganismo


O que é Paganismo



Paganismo é um substantivo masculino. O termo vem do Latim paganus, que significa “o que mora no pagus” – pagus é “o interiorano”, opondo-se a urbanus (isto é, “o que mora na cidade”).

O significado de Paganismo é abordado com frequência como um posicionamento religioso diferente daqueles tradicionais, porém o conceito de paganismo pode variar muito dependendo da religião.

No caso do Cristianismo, Islamismo e Judaísmo, por exemplo, o paganismo designa qualquer comportamento ou prática que diverge destas religiões.

Paganismo também é usado como uma forma de se referir a qualquer religião politeísta – espécie de religião que acredita na existência de mais de um deus – ou mesmo para designar a ausência de religião.

Conforme sua origem etimológica, paganismo define o “habitante do campo”, os povos da Antiguidade que possuíam várias culturas politeístas onde idolatravam deuses associados às características da natureza.

É claro que é importante deixar claro que os pagãos não eram um povo à parte, afinal eles eram cidadãos romanos que viviam em zona rural. Sua relação era mais forte com a natureza e prestavam homenagem tanto a ela quanto aos vários deuses romanos.

Por isso, os pagãos cultuavam as forças da natureza para garantir a sobrevivência de todos os dias, como da fertilidade de seus animais e o êxito de suas colheitas.

O paganismo se destacava por:

  • Ver a natureza como parte da essência divina,
  • Acreditar que tudo que existe na Terra é uma partícula do divino,
  • Os ciclos da natureza devem ser respeitados e comemorados com festas.

Na Idade Média, com o processo de cristianização cada vez mais avançado, a Igreja Católica passou a classificar um pagão como toda pessoa que resistia à conversão exigida pela Igreja, que permanecendo suas crenças e que não haviam sido batizados.

O uso do termo “paganismo” por parte de outras religiões exigiu que a Antropologia criasse uma classificação mais definida das religiões pagãs:

  • Xamanismo: conjunto de crenças e práticas que faz uso do transe, objetos da natureza, cantos, objetos sagrados, locais e uso de animais (ou fluído deles) como uma forma de acessar o mundo espiritual a fim de obter a divinação ou a cura,
  • Politeísmo: conjunto de religiões que acreditam, adoram e cultuam mais de uma divindade, pois elas podem exercer influência sobre suas vidas e, inclusive, apresentam características específicas,
  • Panteísmo: é o contrário de politeísmo, pois é a crença de que não há diferença entre Deus e a natureza, ou seja, tudo e todos – de forma absoluta – compõem um Deus abrangente.

O Universo e Deus são idênticos, o que indica que o panteísmo não acredita em deus pessoal, antropomórfico ou criador.

  • Animismo: é a crença de certas religiões (principalmente indígenas) de que existe uma alma ou espírito em tudo o que existe, isto é, uma anima. Isso vale para animais, plantas, montanhas, estrelas, rios, etc.

Isso quer dizer que, por possuir uma essência espiritual, tudo é uma entidade viva. Para os animistas, cada anima é um espírito poderoso que pode tanto ajudar quanto prejudicar e, por isso, deve ser adorado, temido ou mesmo reconhecido.

Exemplos de religiões e deuses pagãos

O paganismo não é considerado uma religião dogmática, ou seja, ele não determina princípios morais rígidos. Certas vertentes do paganismo podem apresentar hierarquia de sacerdotes, auxiliares e iniciados, porém não há livros sagrados onde se aponta como sendo uma única fonte de sabedoria sobre tal posicionamento.

Portanto, é possível afirmar que não existe apenas um tipo de paganismo, pois os cultos pagãos irão variar conforme uma região para outra – suas tradições e vertentes podem ser bastante distintas.

Alguns exemplos bem clássicos de religiões pagãs estão presentes nas mitologias greco-romana e egípcia.

Paganismo greco-romano

O politeísmo era a religião predominante na Grécia Antiga, afinal a maioria da população reconhecia a existência de várias divindades, especialmente com os 12 Deuses do Olimpo, os principais e mais poderosos deuses da época.

Durante os séculos IV e III a.C., a cultura pagã grega passou a ser transmitida para o conhecimento do povo romano, que gerou entidades correspondentes às divindades gregas.

Os deuses do paganismo greco-romano não tinham qualquer relação com o “deus” de cristãos, judeus e muçulmanos (que no caso era um ser absoluto e senhor de tudo).

Pelo contrário: os deuses greco-romanos não eram seres metafísicos, mas sim seres racionais e imortais, com características e comportamentos similares aos seres humanos, possuindo defeitos e qualidades.

Alguns dos deuses do paganismo greco-romano são:

  • Zeus (grego) / Júpiter (romano): deus do céu e do trovão, rei de todos os outros deuses,
  • Hera (grego) / Juno (romano): deusa do casamento, do nascimento e da família,
  • Poseidon (grego) / Netuno (romano): deus dos mares, dos oceanos e das tempestades,
  • Ares (grego) / Marte (romano): deus da guerra,
  • Afrodite (grego) / Vênus (romano): deusa da beleza, do amor e do prazer.

Paganismo egípcio

No Egito Antigo, a religião pagã cultuava divindades que eram frequentemente caracterizadas com formas humanas e animais, representando elementos naturais, sociais ou ideias abstratas.

Nesse caso, os deuses da mitologia egípcia são conhecidos por compartilharem uma vida parecida com a dos seres humanos, realizando atividades comuns e terem emoções também.

Os principais deuses do paganismo egípcio são:

  • Amón: rei dos deuses e deusas do Egito,
  • Osíris: deus da vida,
  • Seth: deus do caos e da escuridão,
  • Ísis: deusa da fertilidade e da ressurreição,
  • Anúbis: deus dos mortos,
  • Rá: deus do sol,

E muitos outros.

Neopaganismo

Neopaganismo é o nome dado ao paganismo moderno (ou paganismo contemporâneo), ou seja, é a designação para todos os movimentos religiosos recentes que tomam como base as crenças pagãs antigas.

Isso quer dizer que o neopaganismo atribui esse nome para os adeptos, estudiosos e críticos de uma sociedade moderna que preza por uma espiritualidade focada na percepção da Terra como um elemento sagrado e que procura inspiração nas religiões pré-cristãs que eram praticadas pelos antigos povos tribais da Europa.

Certos movimentos neopagãos tendem a apresentar diferenças quando comparados com os modelos antigos, enquanto outros procuram reviver os elementos da maneira mais próxima o possível.

Muitos especialistas inserem os movimentos neopagãos em uma escala onde há o ecletismo, isto é, a crença religiosa que aceita e concilia ideias distintas; e o reconstrucionismo do outro lado, pois define o desejo de restabelecer as religiões antigas no mundo atual.

Exemplos de religiões neopagãs são:

Wicca

Maior religião neopagã da atualidade criada pelo inglês Gerald Gardner com o intuito de modernizar as práticas ancestrais vividas na Grã-Bretanha.

Também chamada de “bruxaria”, Wicca é uma religião que não tem um padrão fixo de crenças.

Neodruidismo

Neodruidismo, também chamado apenas de druidismo, já é a segunda maior religião pagã atual. Tal religião tem como objetivo favorecer o equilíbrio e o respeito entre todos os seres vivos, sempre reverenciando a natureza.

O neudruidismo tem o interesse de resgatar todas as crenças, tradições e valores pré-cristãos dos povos celtas.

Além desses, existe o Helenismo, que também é uma espécie de reconstrucionismo que tem interesse em resgatar as crenças, costumes e valores da Grécia Antiga.

Inclusive, o helenismo ganhou reconhecimento como religião na Grécia em 2017.

Também, o neopaganismo germânico, como uma maneira de reconstrucionismo, tem como intuito resgatar a religião que era aplicada pelos povos germânicos até o começo da Idade Média.

Símbolos pagãos

Nas várias religiões pagãs, diversso símbolos são associados a elas e que persistem ao longo da história, estando presentes em muitos cantos do mundo.

Alguns exemplos bastante populares de símbolos do paganismo são:

  • Pentagrama: é o símbolo pagão mais popular que se assemelha a uma estrela de cinco pontas. Cada uma dessas pontas representa um elemento, os quais são: a terra, a água, o ar e o fogo, enquanto que a quinta ponta simboliza o espírito.

Para a Wicca, o pentagrama é usado dentro de um círculo.

  • Triluna: faz a representação de três fases da lua: minguante, crescente e cheia; associando o ciclo da vida.

Para algumas religiões, é o símbolo da Deusa Tríplice, podendo simbolizar as etapas da vida de uma mulher: donzela, mãe e velha.

  • Triscle: símbolo com três espirais entrelaçadas (ou outro desenho similar que traga a ideia de simetria rotacional).

Com origem celta, esse símbolo representa o movimento da vida e do universo, além de poder se referir à cosmologia celta com o submundo, mundo intermediário e mundo superior.

  • Ankh: chamada também de cruz egípcia, esse símbolo significa a chave que separa a vida da morte, isto é, faz a ligação dos mundos material e espiritual.

É associado à imortalidade, fertilidade e reencarnação.

  • Mjölnir: é o famoso martelo de Thor (deus do trovão), dentro da mitologia nórdica, representando a força e a proteção contra o caos,
  • Triquetra: é formado por três arcos interligados, o que representa a conexão que existe entre a mente, a alma e o corpo.

Na cultura celta, representa os três reinos – a terra, o céu e o mar.

Veja também os significados de:

O significado de Paganismo está na categoria Significados

O que você achou deste artigo ?

Paganismo |