Oxente é uma interjeição da língua portuguesa bastante empregada no nordeste brasileiro como forma de manifestar estranheza, surpresa ou admiração. O termo é formado por meio da aglutinação da expressão “ó, gente!”, mas é também bastante comum se ouvir a interjeição “oxe” que nada mais é do que a sua forma abreviada, cuja evolução se dá por: Ó, gente – Oxente e Oxe!
Existem duas hipóteses para o surgimento de oxente, sendo uma com origem em Portugal e outra no Rio Grande do Norte. No primeiro caso, o termo seria proveniente dos antigos sotaques daquele país, principalmente na sua região norte, onde se encontravam os portugueses transmontanos e os alto minhotos que depois migraram para o Nordeste brasileiro no período colônia.
Além de Portugal, é possível que oxente tenha a sua origem em algum dialeto das várias levas de galegos, nome que se dá aos habitantes do noroeste espanhol e que depois vieram para o Brasil. Nas províncias localizadas nas regiões de Alto Minho e Trás-os-Montes é comum verificar algumas pronúncias diferentes como, por exemplo, “paxar” no lugar de “passar”, “xente” ao invés de “gente” e “virxe” em vez de “virgem”.
Outra possibilidade levantada é que durante a 2º Guerra Mundial havia uma base militar norte-americana na cidade de Parnamirim, localizada no Rio Grande do Norte. Os americanos que lá estavam utilizavam frequentemente a expressão “Oh shit” que ao ser traduzido para o português seria “Que merda”. Como os nativos não conseguiam pronunciar corretamente o termo em inglês acabou adotando o “Oxente”.
Desta forma, é comum verificar o emprego do termo oxente em diversas situações e às vezes acompanhado de outra palavra bastante peculiar “bichim” que significa “poxa vida” ou “minha nossa”. Como exemplo tem-se a frase “Oxente bichim, que é que você (ou tu) faz aqui debaixo dessa chuva toda?”.
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