Oratória é arte de falar bem em público. Mas, ela também é considerada uma ciência. Seu domínio é importantíssimo, nas carreiras da comunicação e no âmbito jurídico. Uma observação necessária é que oratória não é a mesma coisa que retórica. Explicaremos as origens da oratória e da retórica e como a oratória de formatura pode ensinar.
A oratória é falar bem em público, com eloquência, ou seja, transmitindo a mensagem de forma eficaz e despertando a empatia dos espectadores. A oratória é uma ciência, visto que possuui regras e técnicas comprovadas. Os principais sinônimos de oratória são exatamente as palavras eloquência e persuasão. Não à toa, a oratória de formatura é uma prática existente ainda hoje. Há vários exemplos de discursos de formatura feitos por nomes como Steve Jobs, Bono Vox, Meryl Streep, Oprah Winfrey, entre outros. Em comum, os discursos deles trazem como suas experiências pessoais, otimismo e pé no chão foram cruciais para o sucesso.
A origem da oratória se deu na cidade italiana de Sicília, no século V a.C. Os responsáveis pelo desenvolvimento dessa arte e ciência foram advogados que usavam a eloquência para que seus clientes recuperassem bens roubados por tiranos. Os principais oradores da Grécia Clássica foram Lísias, Isócrates e Demóstenes. Uma particularidade sobre Demóstenes era que realizou discursos com pedras na boca, devido à sua gagueira. Graças a seu estudo e treino ele faz parte do time dos principais oradores da história da Grécia.
Embora sejam constantemente apontadas como iguais, oratória e retórica não são sinônimos. A oratória é arte de falar bem em público e mexer com a emoção das pessoas, entretanto, não tem por objetivo provocar mudança de ideia dos espectadores. Os oradores precisam, além de conhecer o assunto, dominar técnicas de oratória e usar tom de voz apropriado.
A retórica, definida por Aristóteles como “A faculdade de considerar, para cada questão, o que pode ser apropriado para persuadir” e por Chaim Perelman como “O estudo das técnicas discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses apresentadas ao seu assentimento” pode ser realizada ou não em público e há intenção de convencer o receptor a mudar de opinião.
A retórica vale-se de conceitos como deduções e comparações para reforçar que a pessoa está errada e deve pensar como o discurso apresentado. Para aplicar a retórica, é necessário dominar as palavras, formando uma teia para que o destinatário se fixe à ideia defendida.
Os conceitos da oratória são utilizados na comunicação das religiões. Os maiores oradores da história estão na Igreja Católica. Padre Vieira e Padre Manuel Bernardes, ambos nascidos em Portugal no século XVII são os grandes exemplos. É de Vieira o “Sermão da Sexagésima”, pregação realizada na Capela Real em 1665 que conquistou os padres devido à eloquência. Já Bernardes, tinha um discurso que levava à reflexão, mas igualmente cativante.
Outro grande orador foi o franciscano Monte Alverne. Tornou-se Pregador Real em 1816 e permaneceu no posto por 20 anos até ficar cego. Alverne deixou de pregar, pois defendia que uma pregação deveria ser feita olhando para os espectadores. Em 1854 recebeu convite de Dom Pedro II e o franciscano voltou a pregar. Para ter ideia do talento de Monte Alverne, a notícia que voltaria a oratória se espalhou rapidamente a cerimônia ficou lotada.
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