Ojuobá é uma palavra de origem Yorubá, cujo significado é “Os Olhos do Rei” ou então “Os Olhos de Xangô”. Refere-se diretamente ao culto prestado ao Orixá Xangô. É, portanto, um Oyê, que significa um título de honra que é concedido aos altos sacerdotes que são considerados dignitários do culto de Xangô na África.
Entre os sacerdotes brasileiros que receberam este título, destacam-se: Hilário Remídio das Virgens (1884 – 1970) na Bahia e o franco-brasileiro Pierre Fatumbi Verger (1902 – 1996) que recebeu o título através de Mãe Senhora. Na obra literária Tenda dos Milagres (lançado em 1969) de Jorge Amado, o personagem Pedro Archanjo era conhecido como Ojuobá.
Acredita-se que quando se evoca os Olhos de Xangô, é para que esse orixá atue juntamente com sua falange em prol da justiça e harmonia, promovendo o discernimento e clareza nas pessoas envolvidas e executando a Lei do Merecimento.
No Brasil, existem vários grupos culturais e canções que fazem referência a Ojuobá, como é o caso da música de Virginia Rodrigues, que foi lançada em 1999, cujo título era Oju Obá. Outra canção que também se refere ao termo yorubá é a “Milagres do Povo” do cantor baiano Caetano Veloso, que já foi regravado pela sua conterrânea Daniela Mercury.
Em Salvador, há uma rua com o nome “Oju Obá” que está situada no bairro Cassange, e, em 2012, a escola de samba Mocidade Alegre de São Paulo utilizou o termo como título de seu enredo.
A homenagem foi dedicada ao candomblé, ao escritor Jorge Amado e as festas populares que ambientam a obra “Tenda dos Milagres”. A escola ganhou o campeonato e conquistou, até aquele momento, o seu oitavo título.
Há também o Grupo Afro Cultural Ojuobá Axé que está localizado em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro onde se desenvolvem diversas ações educativas como artesanato, orquestra e até bloco carnavalesco.
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