Significado de Nacionalismo


O que é Nacionalismo



Nacionalismo é um termo que tem origem no antigo latim, proveniente do verbo “nacer” (nascer) mais o sufixo “ismo”, equivalente a teoria, sistema, doutrina.

Nos tempos modernos, a utilização da palavra nacionalismo teve seu início após a Revolução Francesa, em 1789, tendo o significado de consciência da nação. Baseado no conceito de que se trata de uma ideologia, o nacionalismo é um movimento político de valorização de uma nação e o sentimento dos cidadãos em criar uma organização dentro do território desta nação.

O nacionalismo tem uma definição mais restrita que o patriotismo. Enquanto o patriotismo é a manifestação de respeito aos símbolos da Pátria, do Estado, o nacionalismo é uma ideologia que busca preservar a nação como entidade, defendendo seus territórios e seus valores linguísticos e culturais contra qualquer manifestação externa.

Assim, o nacionalismo é uma ideia que prevalece para preservar a etnia de uma nação.

Foi a partir da Revolução Francesa que se intensificou a ideia de nacionalismo, com a implantação de novos métodos de governo e a consciência da defesa do território, tendo ocorrido em conjunto com o desenvolvimento da burguesia industrial.

O sentimento de nacionalismo foi o estopim, ainda no século XIX, para a unificação de territórios divididos sob um mesmo governo, criando alguns países na Europa.

O nacionalismo torna-se um sentimento generalizado no mundo todo com as guerras e as lutas por independência nas colônias submetidas aos governos europeus e se consolida acima do patriotismo em muitas situações ao longo da história, como o surgimento do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, na época da Segunda Guerra Mundial.

Veja os significados de Nazismo e Fascismo.

Hoje, o nacionalismo se concentra ainda em países anteriormente colonizados, lutando contra os meios de exploração dos países capitalistas e tem recrudescimento entre os países árabes e europeus, limitando até mesmo a imigração e estabelecendo normas que possam preservar a cultura e o modo de viver de seus povos.

Nacionalismo no Brasil

Se analisarmos a história do país apenas sob o aspecto identitário, poderíamos falar em um certo nacionalismo desde o processo de independência, mas, novamente, se o modelo é o Estado moderno, só teremos algo semelhante a partir do período Vargas, de 1930 em diante.

Getúlio Vargas foi o líder da revolução de 1930, que desbancou a elite paulista do poder, opondo ao antigo modelo agroexportador da economia brasileira um amplo projeto de modernização. Sobretudo, de desenvolvimento de uma indústria nacional, com forte investimento estatal.

Um projeto como este demora para ser implementado, ainda mais considerando a oposição constante das elites conservadoras. Assim, o Brasil atravessou uma guerra civil em São Paulo em 1932, uma tentativa de golpe comunista em 1935, até que Vargas instituísse o chamado Estado Novo em 1937, quando seu governo ganha contornos nacionalistas mais claros.

Por ser um governo que buscava legitimação no apoio popular, as propagandas nacionalistas do período centraram-se em alguns elementos da cultura nacional, mas nem todos. Enquanto o samba e a capoeira eram praticamente criminalizados, o futebol foi abraçado pelo regime, como um elemento unificador da nação.

A Copa do Mundo de 1938 foi, certamente, a primeira para a qual a seleção nacional fez alguma preparação, contando com apoio financeiro direto do governo, que alguns anos depois criaria toda uma legislação específica para o esporte, com foco no futebol.

O projeto teria provavelmente continuado não fosse a Segunda Guerra Mundial que, inclusive, ao terminar com os governos autoritários da Europa Central, respingou no próprio governo brasileiro, retirando sua sustentação política e pondo fim ao Estado Novo.

Se o leitor achou a questão da Copa do Mundo familiar, é porque no Brasil o uso político da seleção brasileira em nome do nacionalismo, na história recente, é algo recorrente. O governo Vargas inaugurou este uso, sendo um governo mais identificado à esquerda. Mas, assim como o nacionalismo não é exclusivo de esquerda ou direita, o uso político do esporte também atende a lados diversos.

Nacionalismo romântico

Um nacionalismo mais voltado para a identidade e para a organização é o nacionalismo romântico, caracterizado pela noção de cultura, de criatividade e manutenção desses valores em áreas como costumes, religião e idioma.

No nacionalismo romântico, a política estatal é voltada para a unidade do povo e a manutenção dos seus valores.

Nacionalismo ufanista

O amor excessivo e fanático pelo país em que nasceu e o orgulho de possuir determinada nacionalidade é quem cria o nacionalismo ufanista. Podendo ser visto como um excesso, o nacionalismo ufanista pode chegar ao nível de preconceito e ataques discriminativos contra indivíduos de outras etnias.

Estamos, nos tempos atuais, presenciando diversos casos de nacionalismo ufanista, alguns mesmo chegando a criar vítimas pelo exagero do amor e do orgulho pelo país e pelos costumes.

Nacionalismo e separatismo

O nacionalismo pode aplicar-se apenas a um território de alguma nação, quando a nação é habitada por etnias distintas. Muitos dos conflitos presenciados no século XX foram motivados pelo nacionalismo de etnias que formaram grupos separatistas.

Isso aconteceu, por exemplo, na antiga Iugoslávia, que se dividiu em diversos países menores, na Tchecoslováquia, separada em dois países, e em diversos países africanos. Ainda hoje existem movimentos separatistas, como a região Basca, da Espanha, e o sentimento nacionalista dos escoceses, na Inglaterra.

A era Donald Trump: o nacionalismo reinventado?

O nacionalismo na literatura, principalmente do tipo exacerbado, aparece de algumas formas características. Como o resultado de um grande triunfo nacional, em uma guerra ou grande calamidade ou como um mal que dá origem a guerras e calamidades. De qualquer dos ângulos que se olhe, a ficção lhe confere um papel de sentimento paradoxalmente alienante.

Esquecemos que os outros são seres humanos, esquecemos que os outros países têm igual direito à auto determinação. Passamos a considerar tudo que nos é estranho como bárbaro, inculto, talvez até merecedor da morte. Hoje, temos alguns exemplos destes nacionalismos extremados. Não exatamente escancarado em um programa de governo, como foi o caso da Alemanha nazista, nem relativamente inofensivo, como foi o varguista.

O que vemos hoje é um nacionalismo de caráter xenófobo. De ódio ao estrangeiro, às culturas estranhas. Sobretudo, quando se trata de culturas representadas no espaço territorial, que certos grupos nacionalistas consideram seus. Este é o caso presente dos Estados Unidos.

Um país que é considerado como a mais antiga e estável democracia do mundo, mas que tem enormes dificuldades de garantir a convivência pacífica entre todas as etnias que formaram a nação ao longo dos últimos séculos. Junta-se a essa mistura um componente especificamente racial. Algo que estava latente na sociedade, mas parece ter despertado com a vitória de Donald Trump nas últimas eleições.

Não é um fenômeno exclusivo americano. Na Europa, a xenofobia também é um problema e os grupos nacionalistas, racistas e de extrema direita costumam se voltar contra as comunidades imigrantes, atualmente, principalmente contra a comunidade muçulmana.

Por sua vez, os países do Oriente Médio também atravessam por problemas sérios com o nacionalismo extremista há décadas. O exemplo mais radical, claro, é o Estado Islâmico, mas também há formas intermediárias e mais antigas.

Aliás, sequer podemos dar um panorama geral porque o mundo é muito diverso, assim como as formas que o nacionalismo assume. Ainda haveria toda uma discussão sobre o embate entre o comunismo nacionalista e o socialismo universalista na antiga União Soviética; O papel do nacionalismo no chamado Brexit – a saída da Inglaterra da União Europeia; mas, o básico está nas linhas acima.

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