Muro de Berlim é uma expressão. Muro é um substantivo masculino com origem no Latim murus, que significa “parede, cerca, muro”, enquanto Berlim é o nome da capital da Alemanha.
O significado de Muro de Berlim define o muro de concreto que serviu como barreira física e geográfica construído na cidade de Berlim e que teve como objetivo dividir a Alemanha, evitando a emigração da população oriental entre os anos de 1961 e 1989.
No caso, o Muro de Berlim foi o responsável por dividir o território alemão em:
A existência do Muro de Berlim é compreendida dentro do contexto da Guerra Fria, que foi uma disputa geopolítica que teve início no final da Segunda Guerra Mundial entre os Estados Unidos da América – país que liderava o bloco capitalista – e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) – que liderava o bloco socialista.
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O Muro de Berlim começou a ser construído na madrugada do dia 13 de agosto de 1961 – foi uma ordem de Walter Ulbricht, presidente do lado oriental da Alemanha, estipulando que as tropas e veículos do exército criassem uma barreira – que de início foi usando estacas e arames farpados – que não mais permitissem a passagem dos civis.
Como a construção começou literalmente da noite para o dia, muitas famílias, vizinhos e amigos simplesmente foram separados e permaneceram sem contato algum entre si por quase três décadas.
A construção de toda a estrutura do Muro de Berlim durou cerca de dois anos e não levou em consideração as ruas nem os edifícios que ali existiam – as pessoas cujas casas estavam na linha de construção do muro foram desalojadas.
O muro ainda possuía guaritas em diversos pontos que acomodavam soldados fortemente armados que tinham a simples função de metralhar qualquer pessoa que tentasse transpor as fronteiras da construção.
Para a parte leste da Alemanha, a construção do Muro de Berlim protegia a população de elementos fascistas que iam contra a vontade do povo de construir um estado socialista.
Porém, o objetivo da construção do Muro de Berlim era evitar que houvesse a emigração massiva que caracterizou a parte leste da Alemanha durante o período pós-Segunda Guerra Mundial, justamente pelas dificuldades econômicas e sociais que ocorriam.
Ao todo, o Muro de Berlim ocupou uma distância de 155 km, com mais de 300 torres de observação com a presença de guardas e com uma grande área chamada de “faixa da morte”, que se constituía de camas de fakir, isto é, gramados com pregos, valas para impedir veículos e outras defesas, como cercas elétricas, patrulhas com cães de guarda, grades com alarmes, entre outros.
O Muro de Berlim é considerado como o maior símbolo da bipolarização entre Estados Unidos – bloco capitalista – e a União Soviética – bloco socialista.
Cada país vencedor da Segunda Guerra Mundial acabou se encarregando de ocupar a Alemanha derrotada de Hitler. Berlim, como capital, foi dividida em quatro setores de ocupação: o americano, o francês, o inglês e o soviético
Os três primeiros setores seguiam o mesmo alinhamento, que no caso era o capitalismo, enquanto que o setor soviético seguia o socialismo.
Por causa disso, a Alemanha Ocidental (República Federal da Alemanha) foi instituída por aqueles três países que eram regidos pelo capitalismo, enquanto que a Alemanha Oriental (República Democrática da Alemanha) foi criada pelos soviéticos.
Basicamente, a construção do Muro de Berlim foi o maior símbolo da Guerra Fria justamente pela divisão do território alemão em duas partes – em um dos lados estavam concentradas as democracias liberais capitalistas, enquanto que no outro estavam os diversos estados comunistas.
A parte leste da Alemanha – a Oriental – era caracterizada por ser majoritariamente agrícola, o que dificultou os planos da URSS e gerando descontentamento e insatisfação para a população.
Isso fazia com que muitas pessoas do lado Ocidental tentassem escapar da parte leste para encontrar as melhores condições de vida que eram oferecidas pelo sistema capitalista.
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Grandes manifestações eram realizadas em ambas as partes da Alemanha pedindo a queda do muro que separava Berlim – uma delas aconteceu em 4 de novembro de 1989, quando 1 milhão de pessoas estavam nas ruas pedindo por reformas.
A notícia de que as fronteiras seriam abertas em Berlim, comunicada pelo Partido Comunista da Alemanha Oriental, fez com que berlinenses eufóricos utilizassem marretas para derrubar o muro ainda na noite do dia 9 de novembro desse mesmo ano.
No dia seguinte, milhares de pessoas se dirigiram aos postos fronteiriços. Com tamanha pressão, os portões foram abertos e a população começou a fluir entre eles.
Oficialmente, a demolição do Muro de Berlim se iniciou no dia 13 de junho de 1990.
A dissolução da URSS e o fim da Guerra Fria, ocorrida em 1991, foram as duas principais consequências da queda do Muro de Berlim.
A reintegração da Alemanha foi outra decorrência desse fato histórico, principalmente quando, por volta dos anos de 1980, a URSS já apresentava a falta de condições para qualquer enfrentamento da competitividade que o capitalismo americano estava impondo.
O bloco comunista estava passando por apertos econômicos por causa dos custos com a Guerra do Afeganistão e a manutenção de materiais bélicos, por exemplo.
Graças ao fim da URSS, a Alemanha se tornou um país unificado e se fortaleceu.
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Durante todos os anos da existência do Muro de Berlim e de sua função em dividir a Alemanha em duas partes distintas, gerando dados curiosos!
A diferença nas condições econômicas era gritante e quem sofria mais era o lado oriental da Alemanha. Isso fazia com que muitas pessoas tivessem o interesse em fugir e tentar a sorte de uma vida melhor na parte ocidental do país.
Como comentado, uma das razões – e talvez uma das principais – da construção do Muro de Berlim foi o bloqueio da emigração dos habitantes do lado oriente para o ocidente, garantindo assim que essa parte da Alemanha não ficasse carecendo de profissionais fundamentais, como médicos, professores, engenheiros, entre outros.
Quase 3 milhões de pessoas, até 1961, deixaram a Alemanha Oriental para trás para ir atrás do sistema capitalista.
Durante os 28 anos de existência, o Muro de Berlim acabou passando por várias mudanças estruturais, afinal sua forma original era composta de tapumes, arames farpados e guaritas praticamente improvisadas.
A partir disso, o Muro de Berlim foi sendo reformado para uma estrutura mais sólida; com o passar do tempo, a construção foi ganhando concreto e as mais de 300 torres de vigilância para servir de espaço para os soldados que controlavam a fronteira estabelecida pelo muro.
Não somente se destacando pelos 155 km de comprimento, o Muro de Berlim se caracterizou pela presença de guardas alojados em mais de 300 torres de observação.
A parede de concreto – que foi substituindo a forma original feita de tapumes – alcançava uma altura entre 3,4 e 4 metros. Em seu interior, cabos de aço eram colocados para aumentar a resistência do muro.
Na parte superior de todo o muro, havia uma superfície semiesférica que impedia que as pessoas se segurassem nele para transpô-la.
Entre os anos de sua presença, mais de cinco mil pessoas tentaram cruzar o Muro de Berlim e mais de 3 mil foram detidas. Das tentativas, mais de 100 pessoas morreram, sendo que a última delas foi Chris Gueffroy, em 5 de fevereiro de 1989, baleado com cerca de dez tiros no tórax pelos soldados que faziam a vigilância do muro.
Além dele, Winfried Freudenburg tentou atravessar o Muro de Berlim usando um balão, porém o seu corpo, já sem vida, foi encontrado em um jardim de uma vila, provavelmente morto por causa da queda de seu inusitado transporte.
A primeira de todas as vítimas do Muro de Berlim aconteceu 11 dias após a construção da barreira, mas muitas das mortes que ocorreram devido às tentativas de travessia foram consideradas dramáticas, principalmente por acontecerem diante das câmeras de televisão ou mesmo porque as vítimas eram crianças.
Atualmente, existe uma parte muito importante do Muro de Berlim que ainda está de pé em uma zona chamada de East Side Gallery – sendo a maior galeria de arte ao ar livre do mundo justamente porque em seus 1300 metros se pode visualizar os grafites de autoria de muitos artistas importantes.
Nos meses seguintes à queda, artistas de vários países pintaram o muro e expressaram sua própria visão não somente da derrocada desse momento, mas do que o Muro de Berlim causou durante 28 anos.
O nome East Side Gallery se dá pelo fato de os grafites estarem pintados no lado do muro voltado para a parte “oriente” do país.
Um dos grafites mais importantes presentes ali é o conhecido como “O Beijo”, uma representação de uma foto de jornal que mostra os chefes de estado Erich Honecker (Alemanha Oriental) e Leonid Breschnew (União Soviética) se cumprimentam por meio de um “beijo da irmandade socialista” em comemoração dos 30 anos de fundação da República Democrática Alemã.
Naquela época, esse tipo de cumprimento era comum entre os chefes de estados dos países comunistas.
Outros restos importantes do Muro de Berlim podem ser encontrados em uma exposição conhecida como “Topografia do Terror”, localizada atrás de um pedaço do muro que se mantém quase intacto.
Ainda, a cidade de Berlim possui um museu somente dedicado ao Muro de Berlim. O Museu Checkpoint Charlie nomeia uma das mais conhecidas passagens fronteiriças entre a Berlim Oriental e a Berlim Ocidental.
Muitos blocos do Muro de Berlim podem ser encontrados espalhados pela cidade, encontrando-se em frente a hotéis, restaurantes ou lojas, sendo de propriedades de tais estabelecimentos e não sendo o seu local original – onde o Muro realmente se situava.
É possível visitar uma única das torres de vigilância (onde os guardas armados permaneciam para matar qualquer pessoa que tentasse ultrapassar o muro) que ainda existe na capital alemã.
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