Momo é um substantivo masculino. O termo possivelmente tem origem no Grego mômos, do Latim momus, que significa “burla, crítica, zombaria”.
O significado de Momo é bastante associado ao Rei Momo que, embora tenha sido amplamente divulgado como uma divindade masculina, na realidade era do sexo feminino, sendo filha da Noite (Nix).
Momo era a personificação do sarcasmo e do delírio – tal característica de deboche foi o estopim para sua transformação conceitual, isto é, essa entidade passou a simbolizar as festas de Carnaval.
De acordo com a mitologia, Zeus queria ajudar Gea (a Mãe Terra) a se livrar do peso da humanidade e, por isso já planejava um dilúvio – uma enchente enorme – que acabaria praticamente com a espécie. Mas Momo fez uma sugestão a Zeus: através de uniões propositais, um herói grego nasceria e seria responsável por inúmeras mortes (Aquiles) e Helena seria o fator que daria início à Guerra de Tróia, por ter sido raptada por Páris.
Tais situações aliviariam o peso de Gea por algum tempo.
Momo era caracterizada (mesmo com a ideia masculina desta figura mitológica) como alguém que usava um gorro repleto de guizos e que segurava em suas mãos uma máscara e uma boneca. Era hábito seu estar sempre rindo e zombando dos outros deuses.
Bem antes da era cristã, gregos e romanos incorporaram Momo a certas celebrações, em especial naquelas que envolviam bebia e sexo. Na Grécia, por exemplo, existem registros históricos que apontam que os primeiros reis Momos desfilavam em festas de orgia em torno dos séculos 5 ou 4 a.C. Em geral, o escolhido como Momo era alguém extrovertido e gordo. Já nas comemorações romanas, o Rei Momo era um dos soldados mais atraentes do exército.
O monarca (Rei Momo) era o governante de uma época que havia liberdade e que aproveitava todas as regalias de uma festa, como as bebidas, as comidas e, claro, as mulheres.
A tradição de eleger um Rei Momo durante a época do Carnaval, no Brasil, se iniciou em 1933, no Rio de Janeiro. O coroado foi o jornalista Morais Cardoso que permaneceu “no trono” desde aquele ano até 1948, quando veio a faleceu.
No Brasil, a palavra “momo” denomina um homem muito gordo que personifica o carnaval, vestindo-se de rei.
Nas artes cênicas, mais especificamente no teatro, momo é um ator mascarado que simulava farsas populares.
No sentido figurado, momo é o mesmo que mofa, zombaria.
O termo “momo” ganhou novas dimensões no ano de 2018 através do WhatsApp, o aplicativo de mensagens instantâneas mais popular do mundo.
Momo define uma criatura de imagem assustadora de olhos esbugalhados, de sorriso sinistro e pele pálida. A figura possui uma conta própria no aplicativo de mensagens e está sendo adicionada por muitas crianças e adolescentes.
O começo desse novo viral na internet foi em julho e agosto de 2018, com o aviso da Unidade de Investigação de Delitos Informáticos do Estado de Tabasco, no México sobre um perfil que fazia uso de uma foto aterrorizante estava fazendo ameaças às pessoas. O fenômeno não permaneceu somente no México, existem relatos de pessoas que se comunicaram com vários números que possuem a mesma foto que caracteriza a Momo.
O órgão informou que a Momo, ao receber alguma mensagem pelo celular, respondia com imagens agressivas e violentas, além de ameaças em si.
Até hoje não há dados concretos sobre a origem do jogo da Momo, mas provavelmente envolve pessoas mal-intencionadas que criaram essas contas no WhatsApp para roubar dados pessoais dos usuários ou mesmo para incentivá-las a fazer o download de aplicativos maliciosos.
Mesmo com nada comprovado e com várias ponta soltas, a Momo vem causando grande debate, pois os perfis que usam a foto da Momo colocam os usuários em desafios, sendo parecido com uma versão digital de brincadeiras de compasso, isto é, aqueles jogos que convocam quem tem coragem de participar.
Aparentemente, a Momo interage com quem escreve para ela por meio do WhatsApp, às vezes de um número mexicano. Por isso, é alegado que alguém de algum país de língua espanhola tirou a característica foto assustadora, criou uma conta de WhatsApp e começou a espalhar os rumores para entrar em contato com a Momo.
A partir dessa conta, há o envio de mensagens e imagens que inquietam os usuários. Em certos casos, houve relatos de insinuações de que Momo teria as informações pessoais sobre a pessoa.
De acordo com o youtuber ReignBot, a Momo está associada a pelo menos três números de telefone que iniciam com o código 81 (do Japão), com o código 52 (da Colômbia) e outro do código 57 (do México).
Segundo especialistas, a quantidade de números com a Momo está aumentando.
Já é sabido que a origem da imagem utilizada pela Momo é japonesa, proveniente a partir de uma escultura de uma mulher-pássaro que esteve exposta em uma galeria de arte no distrito de Ginza, em Tóquio – Japão, no ano de 2016. A escultura fazia parte de uma exposição sobre espectros e fantasmas e as fotos foram feitas de uma conta do Instagram.
Embora não pareça tão perigoso, existem riscos do jogo da Momo envolvidos, principalmente quando crianças e adolescentes levam as ameaças ou possíveis extorsões a sério.
Além desses dois fatores, os investigadores mexicanos afirmam que a Momo pode ser danosa por roubar informações pessoais, incitar o suicídio ou a violência e provocar transtornos físicos e psicológicos (insônia, ansiedade e depressão são exemplos).
As autoridades recomendam que os pais permaneçam atentos no aparelho celular dos filhos com o objetivo de protege-los.
Antes da Momo, outro fenômeno surgiu em abril de 2017 e fizeram com que muitas crianças e adolescentes cometessem suicídio. Foi o chamado “Baleia Azul” – um desafio que se disseminou com rapidez pela internet, com os primeiros casos registrados na Rússia.
A “Baleia Azul” chegou ao Brasil e a vários outros países e é basicamente uma série de 50 desafios o qual tem o objetivo final de fazer com que o jogador acabe com a própria vida.
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