Significado de Modernismo


O que é Modernismo



O Modernismo brasileiro foi um movimento artístico e cultural que reuniu diversos artistas inconformados com o fato de a arte brasileira não dialogar com a cultura do país. O movimento nasceu da empolgação dos artistas com as novidades das vanguardas europeias unido com o desejo em fazer um mix de culturas. O ápice foi a Semana de Arte Moderna, em 1922, onde os modernistas apresentaram manifestações artísticas com conceitos tipicamente brasileiros. Quer saber mais sobre o que foi o modernismo brasileiro? Confira a seguir.

O movimento modernista no Brasil nasceu da insatisfação com a rigidez na forma e no conteúdo de estilos literários, como o parnasianismo, cujas características são o vocabulário, as rimas e os ritmos bem rebuscados. Escritores, artistas plásticos, pintores e músicos queriam fazer uma cultura que dialogasse com o Brasil, ou seja, romper com os antigos padrões estéticos europeus e da arte clássica brasileira. A inspiração dos artistas do movimento veio das viagens desses à Europa e a empolgação com manifestações artísticas, como o surrealismo e o cubismo.

A Primeira Guerra Mundial teve influência sobre o modernismo brasileiro. Os atrasos econômicos e políticos revelados no conflito e os protestos e greves trabalhistas atingiram os artistas modernistas. Eles também estavam de olho na efervescência social e artística da Europa e levaram a reflexão para o campo que tinham o poder de mudança: a arte.

Porém, esse descontentamento manifestou-se antes do modernismo. Nas obras do período chamado pré-modernismo, já vemos críticas à literatura clássica e a utilização de uma linguagem mais formal. Monteiro Lobato foi um dos autores mais famosos do pré-modernismo. Importante frisar que o pré-modernismo não é considerado escola literária, visto que não há diálogo nesse período.

Características do modernismo

O modernismo brasileiro trabalhou com seis conceitos: ruptura com a estética clássica europeia, liberdade de forma e conteúdo, linguagem informal, uso da oralidade, temática nacionalista e temática cotidiana. Entretanto, o objetivo do movimento não era apenas mudar a forma de se fazer arte no Brasil. Os artistas modernistas propunham uma linguagem mais crítica em relação não apenas à arte, mas também a vida em sociedade. O modernismo em Portugal, surgido em 1915 com o lançamento da Revista Orpheu, também objetivou a renovação da arte. Foram três fases:

  • Orfismo ou Geração de Orpheu: 1915 a 1927;
  • Presencismo ou Geração de Presença: 1927 a 1940;
  • Neorrealismo: 1940 a 1947.

Modernismo no Brasil

Definido por Di Cavalcanti como “semana de escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulista”, Semana de Arte Moderna foi o ápice do movimento modernista brasileiro. Ocorrida de 13 a 18 de fevereiro de 1922, o evento que discutiu os novos rumos da arte brasileira foi organizado por Mário e Oswald de Andrade, Paulo Prado, Guilherme de Almeida e Godofredo Silva Telles. Foram eles os responsáveis pela apresentação da ideia e aproximação de artistas. O poeta Manuel Bandeira também participou da Semana de 22 formando com Mário e Oswald de Andrade a “tríade modernista”, trio que definiu os conceitos da literatura brasileira.  

A abertura do evento foi com a palestra do escritor Graça Aranha, intitulada “A emoção estética da Arte Moderna”. O segundo dia teve palestra do escritor e artista plástico Menotti Del Picchia e apresentação do poema Os Sapos, escrito por Manuel Bandeira e declamado por Ronald Carvalho. O maestro Heitor Villa Lobos também participou da Semana de 22 no terceiro dia do evento.

A Semana de Arte Moderna teve apoio do governador de São Paulo, Washington Luis. A justificativa era que grande parte dos envolvidos no evento pertencia às famílias da “política café com leite”, onde produtores paulistas de café e produtores mineiros de leite revezavam-se na presidência do Brasil. Na ala dos não apoiadores, Monteiro Lobato foi a principal voz contrária.

Primeira Fase do Modernismo

Chamada de “Fase Heroica”, durou de 1922 a 1930 e teve por objetivo a disseminação dos conceitos modernistas. As principais discussões foram a postura crítica do passado e cultura, a eliminação do “complexo de vira-lata” e o aumento da autoestima nacional, tudo isso para reconstruir a cultura brasileira. Os grandes nomes dessa fase foram:

  • Mário de Andrade
  • Oswald de Andrade;
  • Manuel Bandeira;
  • Menotti Del Picchia;
  • Guilherme de Almeida;
  • Alcântara Machado;
  • Ronald de Carvalho;
  • Raul Bopp.

O lançamento da revista Klaxon impulsionou a divulgação dos ideais do modernismo. Os movimentos culturais O Pau Brasil cuja característica era a poesia crítica da história brasileira e valorização da cultura nacional; a Antropofagia, que usava os rituais antropofágicos indígenas para defender que devorássemos a cultura europeia para fortalecer o cenário artístico, mantendo nossa identidade e o Verde-Amarelismo e o Anta, movimentos culturais com ideias nacionalistas ufanistas com pitadas de nazifacismo foram os principais acontecimentos da Primeira Fase do Modernismo.

Segunda Fase do Modernismo

Conhecida como “Fase da Consolidação”, a segunda fase do modernismo usa o regionalismo e o nacionalismo na prosa de ficção. Outras novidades foram o romance urbano, romance poético-metafísico e a narrativa surrealista. Essa fase foi de 1930 a 1945 e representa o amadurecimento da poesia brasileira. Os nomes de destaque da Segunda Fase são:

  • Poesia: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Jorge de Lima, Murilo Mendes e Vinícius de Moraes;
  • Prosa: Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Dionélio Machado e Jorge Amado.

Terceira Fase do Modernismo

Chamada de “Pós-Modernista” a terceira fase do modernismo foi de 1945 a 1960 para alguns estudiosos. Contudo, há quem diga que foi de 1945 a 1980, enquanto outros estudiosos defendem que essa fase dura até hoje. A prosa é o principal gênero da a terceira fase nas temáticas urbana, regionalista e intimista. Os autores Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, João Guimarães Rosa formaram a “Geração de 45”, mas os escritores Ariano Suassuna, Lygia Telles e Mário Quintana também se destacaram.

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