Maniqueísmo é um substantivo masculino. O termo vem de maniqueu, do Latim manichaei, que significa “hereges sectários de Mani, que criam na existência de dois princípios, o do bem e do mal”, do Grego Manikhaîos, de Mani Havya (“Mani, o Vivo”).
O significado de Maniqueísmo é uma doutrina religiosa fundada por Mani, ainda no século III, na Pérsia. Propagava-se o dualismo entre dois princípios opostos, que normalmente eram o bem e o mal.
Ou seja, o maniqueísmo concebia a ideia do mundo como uma fusão dualista do espírito e da matéria, respectivamente a luz (o bem) e as trevas (o mal).
O maniqueísmo como filosofia religiosa foi muito disseminada pelo Império Romano, também abordando a divisão entre os princípios do bem (Deus) e o mal (Diabo).
O maniqueísmo foi considerado, por muito tempo, como uma heresia cristã, principalmente por conta de sua influência sobre as religiões. Para os maniqueístas, os seguidores do maniqueísmo, toda a natureza material é perversa e má em sua essência. Já a bondade está presente intrinsecamente no espírito e no mundo espiritual.
Como religião, o maniqueísmo teve origem em características de várias outras doutrinas, como é o caso do budismo, hinduísmo, cristianismo e zoroastrismo. Para os maniqueístas, existiam alguns elementos fundamentais do culto: o conhecimento, a oração, o jejum, a confissão, a esmola e os hinos espirituais.
Ocorreu uma vasta atividade missionária do maniqueísmo em sua ideia de combate entre o bem e o mal, principalmente enquanto Maniqueu (Mani) estava vivo. Na Pérsia, local de fundação desta doutrina, a comunidade maniqueísta era perseguida e sofria repressão dos muçulmanos durante o século X.
Muitas seitas ou heresias dualistas inspiraram-se no maniqueísmo na Europa medieval.
Por extensão, a palavra maniqueísmo também é utilizada para definir toda e qualquer abordagem ou perspectiva de mundo em que há uma divisão entre aspectos incompatíveis e opostos. Por exemplo: “causa e efeito”, “certo e errado”, “bem e mal”.
Ao dizer que uma pessoa sempre será boa é ter pensamento maniqueísta.
Maniqueísmo político é um assunto que está presente no atual cenário político brasileiro, onde se caracteriza por comportamentos de ódio por qualquer posição contrária a “ideologias” de determinada pessoa.
Por exemplo, pensamentos de rivais políticos ou mesmo de seguidores de distintas coligações entram em conflito (estabelecem um maniqueísmo), discursando com ódio sobre a imagem do oponente e seus argumentos, enquanto que os seus próprios ideais são defendidos e santificados.
Isso quer dizer que o maniqueísmo político é uma forma de fragmentar o povo entre bem e mal, fazendo-o escolher um lado e defendê-lo. No final das contas, enquanto isso acontece, os partidos aproveitam o revezamento de poder sem qualquer (ou pouquíssima) mudança de ideologias.
Embora tenha sido, por um longo tempo, uma heresia cristã, o maniqueísmo foi defendido por Santo Agostinho de Hipona, dedicando-se em pesquisas e produção de obras que abordassem esta doutrina por quase uma década.
Entretanto, Santo Agostinho converteu-se ao cristianismo e acabou virando-se contra o maniqueísmo, combatendo e sustentando contra vários princípios, entre os quais a concepção de que não havia nenhuma realidade extracorpórea. Muitos pesquisadores e teólogos creem que, mesmo com sua conversão e oposição ao maniqueísmo, Agostinho de Hipona carregou consigo várias premissas desta filosofia para o cristianismo ocidental.
O maniqueísmo deixou de ser taxado como heresia ou seita, pois, através dos escritos de Mani, era possível ver a presença do nome de Cristo e a influência da religião cristã sendo enfatizada. Obviamente, o maniqueísmo tinha divergências quanto ao credo da Igreja Católica.
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