Iemanjá é uma divindade de origem africana, mais especificamente da cultura iorubá. O orixá feminino, também conhecido no Brasil como “rainha do mar”, é um ícone das religiões Candomblé e Umbanda, além de outras crenças afro-brasileiras. O nome Iemanjá pode ser encontrado com algumas variações, tais como Yemanjá, Yemanya, Iemoja, Iyemanha ou Yemoja; e seu significado é uma derivação da expressão “yèyé omo ejá” que, no idioma iorubá, quer dizer “mãe cujos filhos são peixes”.
Em sua origem iorubatana, Iemanjá é um orixá fluvial. No entanto, no Norte do Brasil, ela passou a ser associada ao mar. Historicamente, Iemanjá pertence à nação iorubá dos Egba, localizados na região sudoeste da Nigéria, nas proximidades do rio Yemanjá. Devido às guerras ocorridas entre os povos iorubas durante o século XIX, os Egba tiveram de migrar da região do rio Yemanjá, mas continuaram a cultuar a deusa, que teria passado a viver no rio Ògùn.
No Brasil, Iemanjá é conhecida como a padroeira dos pescadores, protegendo e decidindo o destino dos que entram no mar. Por aqui, ela também é chamada de Janaína, Dandalunda, Mucunã, Princesa do Mar, Sereia do Mar, Ísis, Inaé, entre outros.
A maior festa popular em homenagem a Iemanjá é comemorada todo dia 2 de fevereiro, em Salvador, na Bahia. Na ocasião da festa, as pessoas se vestem de branco e fazem procissão pela cidade até o templo da deusa, situado na praia do Rio Vermelho, e lá deixam presentes nos barcos, que levam as oferendas para o mar. Entre os presentes incluem-se espelhos, perfumes, ornamentos, bijuterias, sabonetes, comidas e flores.
Tais especiarias fazem referência à beleza e vaidade que caracterizam a deusa. Para os devotos, as oferendas que não se afundam no mar e voltam à praia são consideradas como recusadas. Iemanjá também é celebrada no Rio de Janeiro, no entanto, neste Estado, estas comemorações estão ligadas às festas de final de ano. Outras homenagens são prestadas a Iemanjá nos dias 15 de agosto e 8 de dezembro.
Nos cultos de candomblé, a adoração a Iemanjá pode ser feita de duas maneiras: em locais fechados, como eram feitos na África em suas origens; ou em lugares abertos, como é feito hoje em dia, geralmente nas proximidades de rios ou do mar, com a “rainha do mar” sendo representada como uma sereia.
Pela perspectiva do sincretismo religioso, Iemanjá se relaciona a Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Candeias e a Virgem Maria.
Devido à forte tradição católica no Brasil, criou-se o costume de comemorar o Dia de Iemanjá junto ao Dia de Nossa Senhora da Conceição: 2 de fevereiro. No entanto, houve nos anos 60 uma resistência da igreja, que passou a ver a comemoração como pagã, tendo em vista que muitos dos devotos de Iemanjá são adeptos do candomblé e da umbanda.
Mesmo assim, a ligação da “rainha do mar” com o catolicismo ainda é muito forte e o seu dia ainda é comemorado no dia 2 de fevereiro, que também é o dia de outra santa católica, Nossa Senhora dos Navegantes.
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