Geopolítica é um substantivo feminino. O termo tem origem no Latim Gea, que é a “Terra”, mais a palavra política, originária do Grego politikos, que significa “relativo ao cidadão ou ao Estado”.
O significado de Geopolítica é uma ciência que aborda a utilização do poder político em determinado território, interpretando fatos recentes e o desenvolvimento das nações por meio de relações e estratégias entre os espaços geográficos e o poder político das mesmas.
Ou seja, a geopolítica abrange as análises da geografia, da história e das ciências sociais em conjunto com a teoria política em diversos níveis – desde o Estado até o âmbito do internacional-mundial.
Em geral, a geopolítica é uma palavra relacionada a temas que englobam as relações internacionais, os acordos diplomáticos e qualquer tipo de conflito entre países, disputas territoriais ou culturas. Por causa disso, é comum que o conceito de geopolítica seja informado como um resumo dos acontecimentos atuais da sociedade.
A importância da geopolítica se encontra no entendimento que ela fornece sobre quais são as estratégias adotadas pelos Estados que podem ou não interferir na situação geográfica do local, bem como também serve para orientar a atuação dos governos dentro do cenário global.
O objetivo da geopolítica é interpretar a realidade mundial, estudando as perspectivas geográficas e históricas para que seja possível dar explicações e reflexões sobre os assuntos que são abordados.
Apoiando-se em várias áreas de conhecimento, a geopolítica é considerada multidisciplinar, utilizando teorias e práticas da História, Geologia, Teoria Política, Ciências Humanas, entre outras.
Geopolítica do petróleo é o nome do ramo da geopolítica que estuda os cenários e a dinâmica do planeta que intenciona conseguir esse valioso recurso natural para a atividade de indústrias e geração de energia.
Entretanto, o petróleo pode vir a sofrer escassez, o que cria uma expectativa de disputa entre as potências econômicas mundiais – Estados Unidos, por ser o maior consumidor deste recurso, e os países árabes, que são os que mais geram esse recurso mineral.
A palavra “geopolítica” foi criada por Rudolf Kjellén, cientista político sueco, no começo do século XX, tomando como base a obra “Politische Geographie” (“Geografia Política”, de 1897), de Friedrich Ratzel, geógrafo e etnólogo alemão. Ratzel foi determinante para a criação do determinismo geográfico e da teoria do espaço vital.
O conceito, e consequente prática, da Geopolítica iniciou o seu desenvolvimento graças à redefinição das fronteiras na Europa e também do expansionismo das nações desse continente – período conhecido como Imperialismo ou Neocolonialismo.
Contrapondo-se ao expansionismo já consolidado em certos países, como Rússia, Inglaterra e França, havia um cenário político de unificação na Alemanha, onde Ratzel auxiliou a criar uma geografia alemã, o qual prontificou-se em justificar as conquistas territoriais dessa nação.
Veja também o significado de Neocolonialismo e Imperialismo.
Para Ratzel, a superioridade plena de um certo território já caracterizaria o Estado. Nesse caso, o saber geopolítico era suficiente para apontar ao Estado como o centralizador das decisões estratégicas. Isso legitimou as ações imperialistas da Alemanha – o que pode ser analisado nas disputadas que ocasionaram as duas Grandes Guerras Mundiais e, em certa parte, nos princípios usados no sistema nazista.
Nem todos apoiavam a visão de Ratzel. Um exemplo oposto a essas alegações foi o geógrafo francês Paul Vidal de La Blache, responsável por um enfoque diferenciado chamado de “Possibilismo”.
No final do século XIX, a França era um país cujo conhecimento geográfico não era ainda estabelecido. Tal nação temia as intenções da Alemanha, o Estado francês entregou ao geógrafo La Blache a responsabilidade de criar uma geografia da França.
Para La Blache, o espaço geográfico não poderia ser visto como o único propósito de um país, pois era necessário fazer a consideração do tempo histórico, das ações humanas e outras interações. Isso acabou servindo como base para a geografia regional.
Assim, a soberania sobre um determinado território estaria associado com o conhecimento regional, como, por exemplo, com o entendimento sobre as formas de relevo, com os aspectos climáticos, dados da população, etc.
Outro nome conhecido no contexto da Geopolítico foi o geógrafo britânico Halford Mackinder, cuja obra – o ensaio “O Pivô Geográfico da História, publicado em 1904 – tratou do poder das conquistas territoriais continentais, criando uma preocupação maior com a ocupação da Europa Centro-Oriental.
Isso porque os transportes terrestres já começavam a favorecer a interiorização de suas ocupações, alterando levemente as estratégias que eram até o momento depositadas com mais louvor nas conquistas marítimas.
Já para os dias de hoje, a geopolítica é vista como um ponto teórico que inclui o território e seus detalhes políticos – o que abraça não somente o plano externo, mas também questões internas de um determinado Estado-nação.
Durante a Guerra Fria – marcada pela disputa entre Estados Unidos e União Soviética, após a Segunda Guerra Mundial –, muitos princípios da geopolítica foram utilizados, afinal esse período foi caracterizado pelo conflito ideológico e territorial entre essas duas potências mundiais, dando ênfase no papel da nação quanto às decisões estratégicas e na definição de padrões e valores sociais.
Com o final da Guerra Fria, as discussões geopolíticas passaram a ser voltadas a assuntos como o combate ao terrorismo, questões socioambientais, remarcações de fronteiras dos países africanos e do Oriente Médio e, principalmente, à questão nuclear.
Veja também o significado de Guerra Fria.
As palavras “geopolítica” e “geografia política” possuem conceitos que, embora relacionados, possuem aplicações distintas.
A Geografia Política é classificada como uma ciência que estabelece a relação do poder do Estado e suas organizações políticas de forma proporcional ao seu território – em sua forma, extensão, clima, relevo e até a disponibilidade de recursos naturais.
Ou seja, a força do Estado estava de forma íntima ligada ao espaço à sua posição e ao sentido (ou espírito) do povo.
Já no caso da Geopolítica, há a questão das ações de estratégias políticas diante do relacionamento desenvolvido entre os Estados (nações) ou blocos econômicos mundiais.
Isso quer dizer que a Geografia Política tem como preocupação o estudo do território e das relações que nele são desenvolvidas, enquanto que a Geopolítica tem como foco as ações que podem garantir o ganho de poder por meio do relacionamento com outros territórios.
Em suma, a Geografia Política se classifica como um estudo basicamente científico, compreendendo um conjunto sistemático de estudos limitados às relações entre o território e o Estado.
A Geopolítica é vista como uma ferramenta militar onde formula teorias e estratégias políticas que estão voltadas à obtenção de poder, domínio e ampliação territorial sobre determinado espaço.
No panorama mundial, o período que mais gerou estudos sobre o assunto de Geopolítica foi o da Guerra Fria, justamente porque envolvia a disputa territorial e ideológica entre Estados Unidos e União Soviética, as duas maiores potências do planeta naquela época.
Os estudos realizados naquele momento tiveram como intuito mostrar, principalmente, a importância do papel do Estado nas decisões estratégicas, assim como na definição dos valores e normas da sociedade.
As Ordens Mundiais são criadas tomando como base as relações de poder e soberania entre os países. Essas Ordens Mundiais irão se configurar conforme uma determinada conjuntura história e temporal.
Isso demonstra qual é o país dominante no mercado econômico mundial, bem como os periféricos e os centrais.
Na História, destaca-se a Velha Ordem Mundial – período marcado pelas Revoluções Industriais e que proporcionou todo o crescimento tecnológico, de produção e da multiplicação de produtos.
Nessa Ordem Mundial, a Inglaterra era o centro econômico do planeta – em especial durante o século XVIII e metade do século XIX. Com as Revoluções Industriais, outros países europeus começaram a ter grande influência no cenário, gerando uma saturação de território e de mercado.
Na metade do século XIX, a disputa por novos territórios aumentou em demasia e o período ficou chamado de Neocolonialismo.
Na Velha Ordem Mundial, ainda ocorreram as duas Grandes Guerras – dois momentos que foram os principais marcos do século XX. Depois delas, os Estados Unidos se tornou o principal centro econômico, configurando-se com uma Nova Ordem Mundial, ao mesmo tempo em que a extinta União Soviética começou a crescer novamente no cenário, tornando-se a segunda maior potência do período (Guerra Fria).
A Nova Ordem Mundial aconteceu após o fim da Guerra Fria, pois iniciou-se uma expansão da globalização, ampliando-se a lógica presente no capitalismo.
Essa Nova Ordem se transforma em multipolar, onde o poder está centrado em várias multinacionais espalhadas pelo planeta, mas com destaque para os Estados Unidos, União Europeia e Japão.
A época se torna propícia para o crescimento de blocos econômicos e também para grupos de nações em desenvolvimento (países emergentes), como é o caso do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Veja também o significado de Globalização.
A geopolítica, quando estudada no território brasileiro, tende a analisar inúmeros assuntos que estão associados com a integração nacional dos estados, baseando-se nos aspectos socioeconômicos das regiões, o crescimento urbano e o desenvolvimento sustentável.
Os principais temas abordados no país sobre geopolítica atualmente são:
Na geopolítica brasileira, três áreas podem gerar influência regional: o Atlântico Sul, a Bacia Platina e a Região Amazônica.
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