Significado de Figuras retóricas


O que é Figuras retóricas



Figuras retóricas é uma expressão. Figura é um substantivo de dois gêneros e flexão do verbo figurar (2ª pessoa do singular do Imperativo Afirmativo e 3ª pessoa do singular do Presente do Indicativo), com origem no Latim figura, que significa “forma, aspecto”, que se deriva de fingere, que quer dizer “dar forma”.

Já retórica é um substantivo feminino que se origina do Latim rhetorica, do Grego rhetorike, que é “a arte do orador”.

O significado de Figuras retóricas aborda recursos linguísticos, conhecidos também como figuras de linguagem, que têm como finalidade comunicar algo mais do que uma simples mensagem, criando uma definição figurativa e mais expressiva do que é transmitido.

Ou seja, as figuras retóricas ajudam a brincar com a linguagem e, muitas vezes, podem ser usadas para persuadir.

Hoje em dia, as figuras retóricas são meios utilizados na linguagem literária, sem exceções de gêneros, além de estar presente com frequência nos meios jornalísticos e publicitários. Na comunicação do dia a dia, as figuras de linguagem surgem com eficácia e são elementos complementares para a expressão de um indivíduo.

Na realidade, as figuras retóricas são compostas por quatro categorias, que são:

  1. Figuras de palavras,
  2. Figuras de pensamento,
  3. Figuras de construção,
  4. Figuras de som ou de harmonia (esta é considerada por vários autores, não sendo totalmente oficial).

Figuras de Palavras

As figuras de palavras constituem na substituição de uma palavra por outra, sendo de emprego figurado ou simbólico, podendo ser por uma relação muito próxima (contiguidade) bem como por uma similaridade, comparação, associação.

Pode-se reconhecer alguns tipos de figuras de palavras:

  • Catacrese:

A catacrese é empregada quando se atribui um “nome” a alguma coisa que não possui um nome específico, isto é, se faz uma referência a outros objetos ou coisas.

Por exemplo: “Por sorte, somente a asa da xícara quebrou com a queda.”

A “asa” da xícara é semelhante a essa parte das aves, por isso o uso figurado desta palavra para especificação.

  • Metáfora:

A metáfora trabalha através de uma relação de semelhança, utilizando um termo com significado diferente do que é habitual. Isso quer dizer que há uma comparação implícita entre os termos, transformando o sentido denotativo (sentido próprio ou literal) delas em conotativo (sentido figurado).

Nesse caso, a metáfora utiliza termos que possuem definições diferentes, mas atribui a eles o mesmo sentido.

Por exemplo: “A vida de meu vizinho era um mar de rosas.”

“Mar de rosas” seria um modo de anunciar que era uma vida “muito boa”.

  • Comparação:

A comparação é bem simples, onde há o termo comparativo (como, tal como, tal qual, assim, entre outros) que explicita uma característica similar entre dois ou mais elementos.

Por exemplo: “Meu pai é esperto como uma raposa.”

Por ser considerado um animal traiçoeiro, a comparação com a raposa mostra a esperteza do indivíduo.

  • Metonímia:

Metonímia substitui um termo pelo outro e, assim como a metáfora, cria uma relação de contiguidade e aproximação entre eles. A metonímia pode acontecer de muitas formas, tais como parte pelo todo, causa pelo efeito, autor pela obra, inventor pelo invento, entre outros.

Por exemplo: “Foi exigido que se lesse Machado de Assis.”

Esta é a forma de autor pela obra, onde é necessário que se leia uma obra de Machado de Assis.

  • Onomatopeia:

A onomatopeia é uma das figuras de linguagem mais populares, pois tem como finalidade imitar as sonoridades, ou seja, caracteriza-se pela inserção dos sons reais.

Por exemplo:

“Quando meu gato faz ‘miau’ eu sei que ele quer carinho.”

“Bum, bum, bum. Foi esse o barulho que ouvi durante a noite.”

Alguns autores classificam a onomatopeia como um tipo de figura de som.

  • Perífrase:

Perífrase, também chamado de antonomásia, é a substituição de uma ou mais palavras por outra que faça uma identificação, que sirva para designar algo ou alguém.

Por exemplo: “Minha mãe coleciona tudo do Rei do Rock.” (Nesse caso, o “Rei do Rock” é Elvis Presley)

  • Sinestesia:

A sinestesia procura misturar as sensações, em cruzar os diferentes órgãos de sentidos do ser humano. É uma figura de linguagem muito comum em livros e poesias, assim como em letras de música.

Por exemplo: “Então este é o sabor frio da derrota.”

A sensação de frio tem associação com o tato, sendo que ela foi direcionada ao paladar (sabor).

Figuras de Pensamento

As figuras de pensamento alteram o campo semântico e o sentido das palavras e das expressões. São classificadas em:

  • Antítese:

Figura de linguagem que aborda o uso de ideias contrárias através de palavras e/ou expressões com sentidos opostos.

Por exemplo: “Sonho acordada quando penso nele.”

“Sonhar” e “acordar” são palavras contrastantes nos significados.

  • Paradoxo:

O paradoxo é uma oposição entre termos para construção de uma ideia, com a utilização de palavras contraditórias que fogem do senso comum, que reflete falta de nexo.

Por exemplo: “Aprenda a confiar desconfiando.”

  • Eufemismo:

Eufemismo é bem conhecido e se utiliza na substituição de expressões ou palavras que são tidas como desagradáveis, fortes ou impactantes por outros termos. Geralmente, usa-se do eufemismo para informar notícias tristes ou desagradáveis com o intuito de suavizar a ideia original.

Por exemplo:

“Ele sempre faltou a verdade.” (Ele sempre mentiu.”)

“O paciente do quarto ao lado foi para o andar de cima.” (Quer dizer que o paciente morreu)

  • Hipérbole:

A hipérbole é a figura de linguagem utilizada para expressar os exageros com a finalidade de realçar uma ideia. Ou seja, referir-se a algo de modo exagerado é criar uma hipérbole.

Por exemplo: “Quase morri de susto com aquele filme.”

  • Ironia:

A ironia é um recurso que irá gerar efeitos de sentido opostos às palavras e/ou expressões que utilizam de modo habitual. É dizer o contrário do sentido denotativo, satirizar uma ideia a fim de ridicularizar ou criticar.

Por exemplo: “Meu filho é tão inteligente que resolveu reprovar pela terceira vez.”

  • Prosopopeia:

Chamada também de personificação, a prosopopeia é utilizada quando se quer atribuir os predicativos próprios de seres animados a seres inanimados, isto é, empregar sentidos racionais a elementos irracionais.

Por exemplo: “O coração do viúvo está em prantos.”

Figuras de Construção

As figuras de construção são usadas para modificar um período, ou seja, para interferir na estrutura gramatical da oração, promovendo maior expressividade.

  • Aliteração:

Aliteração é a repetição de sons de consoantes iguais ou semelhantes.

Por exemplo: “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”

  • Anacoluto:

É uma figura de linguagem que interrompe uma oração iniciada por uma palavra ou locução, sofrendo uma mudança em sua estrutura, ocorrendo o desligamento entre o início e o restante do período.

Por exemplo: “Pedro, como imaginar minha vida sem ele.”

  • Anáfora:

É a repetição de termos para reforçar/enfatizar a ideia.

Por exemplo: “Se ainda quisesse, se ainda pudesse, se ainda fosse.”

  • Elipse:

A elipse omite um termo que pode ser identificado de maneira fácil pelo receptor da mensagem.

Por exemplo: “Estávamos muito felizes com o noivado.” (O termo oculto é “nós”)

  • Pleonasmo:

É uma redundância, uma repetição de um termo desnecessário na oração. Geralmente, é um vício de linguagem, mas também pode ser utilizado de forma intencional (pleonasmo literário).

Por exemplo: “Que noite escura essa!”

  • Polissíndeto:

A figura de linguagem conhecida como polissíndeto aborda a coordenação pela repetição da conjunção coordenativa, tais como “e”, “nem”, “mas”.

Por exemplo: “Não quero tomate, nem milho, nem ervilha, nem batata palha.”

  • Zeugma:

Zeugma é um tipo de elipse, pois há omissão de um ou mais termos da oração, evitando a repetição de verbo ou substantivo.

Por exemplo: “Maria escolheu melão, eu abacaxi.” (Omissão do verbo “escolher”)

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