Fascismo foi o regime autoritário de extrema direita implantado em 1922 no Estado italiano pelo ditador Benito Mussolini. A doutrina vem da história da Roma Antiga, quando funcionários públicos chamados lictores tinham a função de andar à frente dos magistrados, abrindo-lhes caminho com feixes de varas chamados de fasces ou fascio.
O fascismo foi um movimento político de direita que nasceu na Itália e se espalhou pela Europa durante o período entre guerras. O movimento chegou à Espanha com Francisco Franco (onde ficou conhecido por Franquismo), a Portugal com Salazar (Salazarismo), à Alemanha com Hitler, onde foi chamado de nazismo e até mesmo ao Brasil, com Getúlio Vargas e seu Estado Novo.
Outro regime autoritário se destacou na Europa neste período; foi o Stalinismo russo, diferente dos demais por ser um movimento de esquerda.
Veja o significado de Ditadura.
A Primeira Guerra Mundial provocou graves consequências para a Itália. Mesmo tendo saído vitoriosa da guerra, suas reivindicações territoriais não foram cumpridas, deixando o povo italiano ferido em seu forte sentimento nacionalista. A identidade da nação italiana era muito forte por conta da sua homogeneidade étnica e cultural.
Grupos de operários e camponeses, descontentes, começaram a demonstrar simpatia pelos partidos socialista e comunista, porém os partidos divergiam em seus ideais e, enfraquecidos em sua luta ideológica, abriram espaço para que os setores conservadores e a alta burguesia (que temia o avanço do comunismo) apoiassem o Partido Nacional Fascista.
Liderados por Benito Mussolini, (o Duce), os fascistas começaram a agir com violência contra quaisquer articulações de esquerda; isto foi chamado de fasci di combattimento, o fascismo de combatimento, através de homens armados que foram chamados de fascio e usavam, por cima da farda, uma camisa negra (daí a denominação de camisas negras). Em 27 de outubro de 1922, os fascistas se opuseram à greve geral operária com a Marcha sobre Roma. Pressionado, o rei Vitor Emanuel III não teve escolha senão convidar Mussolini para o cargo de Primeiro Ministro, a fim de organizar um novo ministério, levando os fascistas definitivamente ao poder.
Ao assumir o poder, Mussolini dissolveu os partidos de oposição e concentrou o poder do Estado em suas mãos. A estratégia de governo dos fascistas se baseou na intervenção do Estado na economia e na expansão militarista.
Através de fraudes eleitorais nas eleições de 1924, o Partido Nacional Fascista conseguiu conquistar maioria no parlamento, sendo denunciado por grupos socialistas. Simpatizantes do movimento fascista assassinaram o deputado socialista Giacomo Matteotii em resposta às denúncias.
Mussolini foi conseguindo enfraquecer as instituições italianas, centralizando o poder cada vez mais em suas mãos. Com o atentado sofrido por Mussolini em 1926, o fascismo se consolidou no poder.
Todos os grupos opositores foram relegados à ilegalidade e os camisas negras passaram a fazer parte das forças oficiais de repressão.
Com a Carta do Trabalho, Mussolini criou sindicatos (de empregados e patrões) sob o poder do Estado, conseguindo controlá-los.
No campo da economia, Mussolini obteve bons resultados. Suas principais medidas no campo econômico foram:
Foi assim, conquistando a simpatia da população.
Porém, com a crise de 1929, os resultados econômicos foram ameaçados, levando a Itália à corrida imperialista que fez com que Mussolini invadisse a Etiópia em 1935, abrindo caminho para a eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Foi durante a Segunda Guerra que Mussolini se aproximou de Hitler.
Ao final da guerra, Mussolini foi morto pela população italiana.
O fascismo de Mussolini pode ser resumido numa frase proferida por ele próprio: “Tudo para o Estado; nada contra o Estado; nada fora do Estado”.
O fascismo e o nazismo têm muitas características em comum, como:
Além das semelhanças ideológicas entre fascismo e nazismo, os problemas enfrentados por Itália e Alemanha após a Primeira Guerra Mundial foram bastante parecidos. O processo de desgaste do sentimento nacionalista ocorrido na Itália ao fim da Primeira Guerra se deu também na Alemanha. Além das humilhações, a economia alemã também estava destroçada e a população estava ressentida com os países vizinhos. Todos esses fatores, assim como na Itália, facilitaram a chegada ao poder de um movimento de extrema direita nacionalista: o nazismo, sob o comando de Hitler.
Ainda no mesmo caminho italiano, os nazistas conseguiram bons resultados na economia, mas a crise de 1929 os levou abaixo, pois a maior fonte de investimentos da economia alemã era o governo estadunidense.
A população apoiou Hitler em sua radicalização em vista da esperança que depositava nele de tirar o país da profunda crise e resgatar o orgulho do povo alemão.
Veja também o significado de Nazismo.
Esta característica de constante vigilância sob os cidadãos da república da Roma Antiga fez com que Benito Mussolini escolhesse, como símbolo de seu governo, um fasces. O termo fascismo tem origem no Latim fasces, que era um feixe de varas e um machado amarrados juntos. Este objeto era carregado por um funcionário público, chamado Lictor, na Roma antiga. O Lictor ia à frente dos juízes da República. Estes magistrados faziam os julgamentos e perpetravam as punições que eram aplicadas no próprio local pelos Lictores. As penas podiam ser até mesmo de morte.
Este símbolo de diversas varas presas em um feixe também tem a representação de força pela união. Um feixe de varas não é, de maneira nenhuma, facilmente quebrado, ao contrário de uma vara sozinha, que pode ser quebrada com pouco esforço. Este era um dos ideais do pensamento fascista, o de união de toda a população por meio do estabelecimento de um Estado poderoso e extremamente rígido.
O partidário da então nova forma de governo que vinha tomando forma na Itália era chamado de fascista.
A rigor, atualmente, praticamente ninguém se autodenomina um fascista. Isto porque as ideias que embasam esta forma de governo são repudiáveis tanto por partidários de direita quanto de esquerda.
Atualmente, alguns movimentos políticos utilizam o termo fascista, na maioria das vezes de forma equivocada, como se quisessem fazer referência a alguém que quer impor suas ideias ou impedir a liberdade de um grupo ou uma minoria política. Na maioria dos casos, o grito “Fascista!” é atirado a qualquer pessoa que expresse ideias que sejam opostas às do emissor do referido protesto.
Veja o significado de Fascista.
No Brasil, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães tinha o intuito de divulgar a ideologia nazista entre os alemães que viviam no Brasil. O Brasil tinha recebido, nas décadas de 1920 e 1930, uma grande onda de imigração daquele país.
Os alemães que imigraram para o Brasil nestas décadas ainda tinham uma relação muito forte com a Alemanha, diferente dos imigrantes que vieram para o Brasil no final dos anos 1800. Estes descendentes de alemães que primeiro vieram para o Brasil eram em sua maioria agricultores. Os alemães desta segunda onda de imigração estavam mais concentrados nos centro urbanos, e pertenciam a uma classe empresarial que já possuía afinidade com o regime nazista da Alemanha.
Este partido nem chegou a ser registrado na Justiça Eleitoral, pois não fazia parte da estratégia do partido concorrer nas eleições, apenas divulgar e manter presente um braço do nazismo entre os alemães que aqui viviam. O governo Brasileiro também não se incomodava com a presença do partido, até o início da ditadura militar no Brasil, quando o partido tornou-se ilegal, bem como qualquer outro grupo ou associação de cunho político e ideológico estrangeiro.
Apesar de pouco expressivo, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães era o maior partido nazista existente fora da Alemanha nazista.
A Ação Integralista Brasileira foi um movimento político que estava muito mais alinhado com a ideologia fascista Italiana. Apesar disso, este movimento foi mais inspirado no integralismo lusitano, que foi um movimento político em Portugal.
Houve uma série de embates ideológicos entre a AIB e o Partido Comunista Brasileiro, refletindo, de certa forma, a rivalidade entre o fascismo e o comunismo na Europa.
A Ação Integralista Brasileira foi fundada por Plínio Salgado em 1932. Plínio salgado chegou a ser um dos candidatos favoritos à presidência do Brasil em 1937. O partido durou apenas 5 anos, sendo extinto juntamente com todos os outros grupos políticos devido à instalação do Estado Novo sob liderança de Getúlio Vargas.
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