Significado de Estoicismo


O que é Estoicismo



Estoicismo é um substantivo masculino. O termo vem do Latim stoicus, do Grego stoikos, que quer dizer “adepto da escola filosófica fundada por Zeno, qualificada por doutrinas éticas austeras".

O significado de Estoicismo trata de um movimento filosófico surgido na Grécia Antiga (século IV a.C.) que está fundamentado nas leis da natureza, com fidelidade ao conhecimento, descartando qualquer tipo de sentimento externo, entre os quais a paixão e a luxúria, por exemplo.

O pensamento filosófico pregado pelo Estoicismo foi fundado pelo filósofo grego Zenão de Cício, defendendo que todo o Universo seria dominado por uma lei natural divina e racional.

Ou seja, o Estoicismo enfatiza a paz de espírito, considerando que seu maior objetivo é atingir a autossuficiência, baseando-se na filosofia de influência platônica – que se refere aos ideais de Platão, filósofo grego – e em outra corrente filosófica chamada Cinismo, onde a “virtude” seria considerada suficiente para alcançar a felicidade.

Desse modo, o Estoicismo prevê que, para o homem atingir a verdadeira felicidade, ele deve depender somente de suas “virtudes” – no caso, seria o seu conhecimento, conforme as explicações de Sócrates –, para se abdicar de qualquer “vício” (mal absoluto, como é visto pelos estoicos).

No Estoicismo, a paixão é vista como algo ruim, bem como as emoções são um vício da alma. Todo sentimento externo pode transformar o homem em um ser irracional e não imparcial.

A concepção da realidade, conforme a ideia dos estoicos, é que há um destino e que ele é incontrolável. Porém, a filosofia estoica defende que o ser humano precisa se posicionar diante de tal destino de forma a sempre praticar o bem, independentemente de se ver diante de momentos ruins e desagradáveis.

Por causa disso, o homem não deve se incomodar com algo externo, como os sentimentos, pois são questões que não podem ser controladas.

Para os estoicos, um ser sábio é um ser feliz: isso se reflete na renúncia de qualquer emoção externa que influenciar seu raciocínio e decisões.

Veja também o significado de Ceticismo.

Fases do Estoicismo

Existem três períodos determinantes do Estoicismo:

  • Ético (antigo):

O Estoicismo ético (antigo) foi aquele passado pelo fundador dessa doutrina, focando-se na parte ética. Sua conclusão ficou a cargo de Crisipo de Solunte, que supostamente desenvolveu a doutrina estoica para transformá-la no estilo que é conhecido nos dias de hoje.

Os maiores representantes desse período são Zenão de Cítio, o próprio Crisipo de Solunte e Cleantes de Assos.

Cleantes de Assos (nascido em Assos, por isso o nome, que atualmente se localiza a Turquia) também é conhecido por ter sido bastante influente na introdução do materialismo.

Veja também o significado de Materialismo.

  • Eclético (médio):

A fase do Estoicismo eclético (médio) se caracterizou pela disseminação entre os romanos, ganhando destaque para Panécio de Rodes, que incentivou a introdução do Estoicismo na sociedade romana.

É caracterizado pelos pensamentos mais ecléticos e menos rígidos, porém ainda seguindo os principais ideais do estoicismo.

Além dele, outros representantes desse período foram Cícero e Posidônio de Apameia.

Posidônio era sírio e se destacou pelo cargo de embaixador de Roma na época. É lembrado também por carregar pensamentos que eram base do racionalismo e empirismo.

Veja também o significado de Empirismo.

  • Religioso (recente):

Já o Estoicismo religioso (recente) teve como principal ponto de vista uma prática religiosa e sacerdotal, e não somente uma doutrina filosófica como parte de uma ciência.

Isto é, a corrente filosófica é vista pelos filósofos não apenas como uma ciência, mas também como prática religiosa.

Quem representou melhor esse período foi Marco Aurélio, imperador romano, além dos filósofos Sêneca e Epíteto.

Sêneca foi um grande filósofo que contribuiu para os conceitos da ética, física e lógica.

Objetivos da filosofia estoica

O Estoicismo possui alguns objetivos bastante definidos, como:

  • Ataraxia

Para conquistar a felicidade, os indivíduos precisam alcançar a ataraxia, um ideal de tranquilidade que garante a possibilidade de uma vida serena e repleta de paz de espírito.

Essa felicidade se dá através do uso de suas virtudes e conhecimentos.

Os estoicos acreditam que a ataraxia se torna uma consequência de uma vida dominada pela virtude e pela razão.

Por curiosidade, até o Budismo promove a ataraxia, pois se argumenta que a ausência de desejos evita o aparecimento da dor.

  • Autossuficiência

Um dos focos do Estoicismo é a autossuficiência, isto é, é o estímulo para que cada indivíduo viva conforme sua natureza, sendo senhor de si, como se fosse um ser autárquico.

O homem é um ser racional, e, como tal, deve utilizar suas virtudes a fim de conquistar o seu maior objetivo: a felicidade.

  • Negação de sentimentos externos

Como comentado anteriormente, os estoicos acreditam que os sentimentos externos, como a paixão, o ódio, a luxúria, entre outros, são prejudiciais aos indivíduos, pois ocasionam diversas mudanças em seus comportamentos e pensamentos, inclusive tornando-os irracionais e não mais imparciais.

Os sentimentos externos são considerados como vícios e podem causar males graves que irão comprometer a tomada de decisões do ser humano, assim como qualquer organização de pensamentos lógicos.

  • Indiferença aos problemas

De acordo com a filosofia estoica, os fatores externos que podem comprometer a perfeição moral e intelectual dos seres humanos, em sua busca por uma vida tranquila e feliz, devem ser tratados com indiferença, com apatia.

Ou seja, eles devem ser ignorados. Esse movimento filosófico acredita que, mesmo em períodos de adversidades, momentos difíceis e problemáticos, o ser humano precisa saber como reagir: sempre com cautela, calma e tranquilidade, sem permitir que os fatores externos interfiram em sua capacidade de ação e julgamentos.

Características do estoicismo

As principais características que marcaram o Eestoicismo são:

  • A alma deve ser cultivada;
  • As atitudes possuem mais valor do que as palavras: o que é feito é muito mais importante do que é dito;
  • As emoções são vistas como vícios da alma;
  • Fazer uso da indiferença (apatia) quanto aos sentimentos externos que podem interferir no caminho da felicidade de um indivíduo;
  • O indivíduo deve negar quaisquer sentimentos externos de modo a priorizar o conhecimento;
  • O mundo é composto por aquilo que pode ser observado;
  • O prazer é um completo inimigo do homem sábio;
  • O Universo é regido por uma razão universal natural;
  • Os sentimentos externos podem transformar o homem em um ser irracional;
  • Para entender a ordem e o funcionamento do cosmos, o ser humano precisa de racionalidade e conhecimento;
  • Virtude é considerado o único bem e caminho para o alcance da felicidade do ser humano.

Basicamente, o Estoicismo prevê a impassividade em face aos sofrimentos da vida, o que demonstra que o ser humano precisa apresentar indiferença em relação às dores e inclusive na questão de sua morte (ou dos demais).

No pensamento estoico, Deus não é o criador de todas as coisas, contudo Ele definitivamente está em tudo.

Outra característica do estoicismo é que a ética deve ser constantemente ensinada aos seres humanos.

Veja também o significado de Sofismo.

Estoicismo e Epicurismo

Estoicismo e epicurismo são duas doutrinas antagônicas.

O Epicurismo foi uma corrente filosófica idealizada por Epícuro, um filósofo grego. Seu principal aspecto é acreditar que os indivíduos devem buscar prazeres moderados para atingir um estado de paz e de libertação dos medos.

Ou seja, o epicurismo defende que a busca pela felicidade se dá por meio de desejos e prazeres moderados, que não sejam de grandes perturbações e que terão como vantagem o ensinamento quanto à administração da dor, diminuição da mesma e, inclusive, a libertação do medo de morrer.

É por isso que muitos estudiosos consideram o Epicurismo como uma doutrina parecida como o Hedonismo – filosofia que prega que o prazer é o bem supremo da vida do ser humano.

Já o Estoicismo se difere em sua base de seguir com as leis da natureza, garantindo que o Universo é governando por uma razão universal divina (Logos Divino), afirmando que a felicidade é encontrada na dominação do ser humano diante de suas emoções e outros sentimentos externos, dando favor à razão.

Enquanto que para os estoicos a alma deve ser cultivada, os epicuristas não creem em reencarnação.

Portanto, estoicos e epicuristas veem que os caminhos para a felicidade são completamente opostos: um acredita que é através da virtude, do conhecimento e da negação dos sentimentos externos, enquanto que o outro vê na busca pelos prazeres terrenos a chance da completa felicidade.

Veja também o significado de Epicurismo e Hedonismo.

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