Embora o erotismo seja definido no dicionário como um estado de excitação sexual, esse é um sentimento que está muito mais relacionado com a manifestação de tudo aquilo que possui uma tendência ou um caráter erótico e também da sexualidade em si. Assim, uma insinuação, por exemplo, pode ou não conter erotismo e tudo depende do contexto nela aplicado.
O erotismo também pode ser considerado como uma tendência de se estar mais propenso à excitação sexual ou então como o estímulo sexual sem que exista uma apresentação explícita do sexo.
A palavra erotismo tem etimologia principal no latim eroticus e no grego erotikos. O termo grego, inclusive, se origina de eros – “amor”, em grego.
De acordo com os gregos, Eros era o nome de deus que era a personificação do amor sexual. Esse deus era um menino, alado e travesso, que agia como um cupido. Quem era acertado por sua flecha passava a ser consumido pela paixão.
Por ser um lado criativo da sexualidade humana, o erotismo sempre esteve presente na arte desde os primórdios da civilização. É por isso que encontramos esculturas e pinturas que trazem a nudez ou o amor sexual representados de forma artística.
O Renascimento, com artistas como Michelangelo, também explorou o erotismo por meio de pinturas e esculturas. É o caso da escultura Davi, de Michelangelo ou da pintura O Nascimento de Vênus, de Botticelli.
O artista Rodin, por sua vez, tinha verdadeira fixação pela expressão do erotismo e não à toa uma de suas mais famosas esculturas, chamada “O Beijo”, envolve um casal nu se beijando. O artista também produziu diversas outras esculturas sobre o mesmo tema, sempre envolvendo a nudez.
Outro artista fascinado por erotismo era Gustave Coubert, autor da famosa obra “A Origem do Mundo”. A pintura consiste em uma mulher nua de frente para a tela, com foco em sua região íntima. Outro quadro famoso do ator se chama “O Sono” e que consiste em duas mulheres nuas abraçadas em uma cama.
Também presente na literatura, o erotismo começou a se apresentar em verso, para, então, fazer parte de narrativas mais intensas. Além disso, o erotismo também foi e ainda é muito utilizado na literatura feminina, tendo sido uma poderosa arma de empoderamento há algumas décadas. Florbela Espanca é uma das maiores representantes da poesia erótica feminina, por exemplo.
O erotismo, na verdade, está presente na literatura desde tempos remotos, como na Idade Média e o seu conhecido “Decamerão”. O viés literário dessa expressão, entretanto, sempre foi mais sutil, priorizando a arte e a beleza da construção da obra.
Nem os famosos contos de fada estão livres do erotismo: existem muitos estudos que avaliam que os contos de fadas trazem um erotismo intrínseco e representado pela simbologia utilizada nas histórias. Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, seria um exemplo, já que o Lobo Mau seria a representação da virilidade masculina. A presença de jovens princesas e o encontro com seus príncipes, de acordo com especialistas, também funciona como uma espécie de expressão do erotismo.
Atualmente, o erotismo ganhou força novamente na literatura com a explosão de livros no estilo “50 Tons de Cinza”, um dos bestsellers do gênero.
A sétima arte não fica de fora e também incorpora o erotismo às suas produções, como com jogos de erotismo, insinuações e cenas sensuais. Existe, entretanto, um erro muito comum que é o de associar filmes com erotismo a filmes pornográficos.
Embora seja difícil criar um limite entre pornografia e erotismo, a verdade é que o erotismo traz o lado criativo e subentendido da sexualidade. Assim, a pornografia pode conter erotismo, mas o inverso geralmente não acontece.
No Brasil, a maior expressão do erotismo no cinema se deu com as lendárias pornochanchadas, que foram sucesso nos anos 70 e 80. Transgressoras e muitas vezes consideradas inapropriadas, essas expressões do erotismo no cinema tendiam a sofrer a censura constante devido ao seu conteúdo. Vera Fischer, por exemplo, foi uma das atrizes brasileiras que se consagraram nesse gênero.
Dentre as opções nacionais estão “Dama da Lotação”, “Os Sete Gatinhos” e o polêmico “Amor, Estranho Amor”, estrelado por Xuxa e que à época era uma adolescente.
Assim como qualquer manifestação artística, criativa ou que envolva a sexualidade, o erotismo é tratado de maneira diferente pelo mundo. Assim, existem culturas que aceitam o erotismo de maneira mais aberta e receptiva do que outras.
É o caso, por exemplo, de culturas do Ocidente, as quais tendem a encarar o erotismo com mais naturalidade e menos tabus. Já a cultura Oriental, principalmente quando envolve fundamentalismo, tende a ser mais fechada com relação a isso, impondo mais regras a esse tipo de expressão. Dessa forma, a expressão do erotismo não é homogênea em todos os lugares e sofre influência direta dos valores de cada cultura e pelo que as culturas são influenciadas.
Assim, sabendo o que é erotismo é possível perceber como ele está presente em nossas vidas e em todas as artes. Isso, entretanto, não é um ponto negativo e, sim, uma manifestação artística da sexualidade humana.
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