Empírico é um termo que tem origem no grego empeirikos, e o seu significado é o de “experimentado”. Empírico se refere a tudo aquilo que está baseado em atividades práticas, em experiências e observações. Empírico é o conhecimento que se adquire vivenciando a realidade, em contado com o mundo e o cotidiano, diferente do tipo de conhecimento que vem do método cientifico ou a partir de teorias.
O conhecimento empírico é aquele do senso comum, adquirido sem reflexões, desprovido de lógica e racionalidade, sem compreensão das relações de causa e efeito. Os antigos sabiam de forma empírica que o Sol nascia todo dia mais ou menos no mesmo horário. Não se sabia o porquê disso, não haviam conhecimentos científicos sobre esse fato, mas havia um conhecimento adquirido ao longo de inúmeras gerações e da observação individual dia após dia.
Outros exemplos de conhecimentos empíricos são: sabia-se que o fogo tem o poder de queimar por que o fato sempre foi observado e experimentado; todos tem certeza de que as flores irão nascer na primavera independentemente de se conhecer os mecanismos que desencadeiam esse processo; mesmo uma pessoa analfabeta, um homem das cavernas ou um índio de uma tribo isolada sabem que no inverno fará frio e no verão fará calor.
Contudo, apesar de o termo estar ligado ao senso comum, a ciência e a filosofia se apropriaram dele emprestando-lhe rigor e atribuindo-lhe valor. E assim o conhecimento empírico foi incorporado ao método científico e foi transformado em escola filosófica.
Outro uso para a palavra “empírico”, apesar de pouco comum, é aquele que dá a palavra um sentido que a identifica como sinônimo de charlatão. Nesse sentido “empírico” é alguém que se esforça por passar a impressão de que é algo que na realidade não é, um impostor ou intrujão, o tipo de comportamento que se associa a um curandeiro, por exemplo.
O empirismo filosófico já está presente no pensamento de filósofos como Aristóteles na Antiga Grécia e nos ingleses Francis Bacon e Thomas Hobbes no inicio da Idade Moderna. Mas é a partir do pensamento do filósofo inglês John Locke (1632 -1704) que surge de fato uma escola filosófica conhecida como Empirismo.
Para Locke o conhecimento só é adquirido através da experiência. Ele dizia que a mente de uma criança ao nascer assemelha-se a um quadro em branco que ao longo de sua existência é preenchido pelo conhecimento que esta adquire pela experiência.
O Empirismo se contrapõe ao Idealismo na filosofia, corrente de pensamento que defende existirem ideias inatas na mente humana, e se opõe também ao Racionalismo que defende que somente através da razão se adquiri conhecimento.
Para o Empirismo são os sentidos a fonte do conhecimento e seus princípios serão aprofundados por filósofos britânicos como David Hume e George Berkeley que juntamente com John Locke formaram o grupo de filósofos consagrados como os empiristas ingleses.
A valorização filosófica do conhecimento empírico irá influenciar a ciência moderna que a partir disso passa a incorporar a experimentação como um dos fundamentos do seu método.
A ciência adota o conhecimento empírico como ponto de partida para a pesquisa. Um fato primeiramente é observado e analisado de forma empírica, é experimentado, vivenciado; depois se passa a criar teorias para explica-lo. As teorias por sua vez precisam ser comprovadas, e para isso uma teoria é submetida a experiências, ou seja, elas precisam ser testadas de forma empírica.
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