A tradução literal da expressão latina carpe diem é “aproveite o dia”, mas o significado gira em torno do sentido de aproveitar ao máximo o agora, comtemplar o presente como se não houvesse amanhã. A frase ficou conhecida por ter sido escrita no primeiro livro de “Odes” do poeta latino Horácio (65 – 8 a.C.). Na referida passagem, Horácio aconselha Leucone, sua amiga, com a frase “... carpe diem, quam minimum crédula póstero”. Traduzida, seria algo como “colha o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”, o que pode ser lido como “aproveite cada momento como se fosse o último”.
Basicamente, a filosofia carpe diem é um convite para aproveitar o presente, apreciar e usufruir cada momento intensamente sem pensar no que pode vir a acontecer no futuro. O pensamento de Horácio segue a linha do epicurismo – uma doutrina que prega que devemos ocupar nossas mentes com a vida e desfrutar dela através de um “prazer tranquilo” – e defende que a vida é bela e a beleza, passageira. Neste caso, se a morte é a única certeza, o momento presente deve ser aproveitado antes do inevitável fim.
Epicuro (341 – 270 a.C.) se referiu ao conceito por traz da expressão carpe diem séculos antes de Horácio. A ideia de Epicuro trata a morte como o fim do estado consciente e sensitivo do indivíduo. Desta maneira, não há porque temer a morte, pois ela é indolor. Para o filósofo, só podemos aproveitar plenamente a vida quando deixamos de sentir medo da morte.
Carpe diem tornou-se, ao longo de séculos, um dos termos mais usados do mundo, tendo encontrado espaço nos trabalhos de escritores, filósofos, artistas, entre outros. Esta popularidade fez da expressão uma verdadeira filosofia de vida, um mantra usado para dar sentido à necessidade humana de seguir em frente sem se afligir com os obstáculos encontrados pelo caminho.
Carpe diem e Arte
O carpe diem é envolvido por uma aura mística, capaz de desencadear vários enredos dramáticos. Por isso, a temática é tão explorada no teatro, na literatura, no cinema e em outras manifestações artísticas. Esta filosofia de vida funciona bem no mundo da arte por instigar nas pessoas a vontade de aproveitar cada instante. O tema é tão versátil que pode ser observado em diversos filmes, como A Sociedade dos Poetas Mortos e Curtindo a Vida Adoidado, além de várias escolas literárias, como o Renascimento e o maneirismo.
Um exemplo da filosofia carpe diem na literatura é o livro O Segredo, da escritora australiana Rhonda Byrne. O livro prega que o segredo da felicidade está dentro de cada um. Por isso, é importante colocar bons pensamentos no universo e esperar que coisas boas voltem para si. O Segredo é o que alguns chamam de fé e outros de “acreditar em si”.
Na música, um exemplo claro é a música O que é, O que é, de Gonzaguinha (1945-1991), que diz:
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar, e cantar, e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei, que a vida devia ser bem melhor
E será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
A canção fala sobre a alegria de conquistar objetivos, mesmo tendo que vencer vários obstáculos para isso. A lição está em se esforçar para cada objetivo como se fosse a última coisa a se ganhar na vida e fazer isso de sorriso aberto.
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