Carnaval é uma palavra originária do latim e é proveniente dos termos “carnis” e “levale”, significando “adeus à carne”. Isso se deve ao fato de preceder a Quaresma, período em que a Igreja Católica quer que os fiéis façam jejum e penitência.
Os três dias de folia que acontecem antes do início da Quaresma fazem o que conhecemos como Carnaval ou entrudo. No Brasil, os festejos de Carnaval já possuem um período maior, como o da Bahia, por exemplo, motivado pelo turismo, que começa na quinta-feira, terminando ao meio-dia da Quarta-feira de Cinzas. Outros locais já começam na sexta-feira, indo até o raiar do dia da quarta-feira.
Os festejos carnavalescos foram trazidos ao Brasil pelos europeus, principalmente da França e da Itália, que promoviam grandes festas nesse período. Fantasias como pierrô e colombina, originárias da França, tornaram-se símbolo do Carnaval no Brasil.
As festas de Carnaval aconteciam sempre nas ruas, com desfiles de fantasias e blocos. Com o tempo, principalmente no Sudeste e Sul, passaram a ser feitas em clubes, com bailes em que predominavam sambas, frevos e marchas compostos especialmente para o evento. Muitas dessas músicas ainda são lembradas nos carnavais atuais.
Os carnavais são motivo também para desfiles de escolas de samba nas principais cidades brasileiras. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade a adotar esse tipo de manifestação, que se transformou também numa festa de luxo e beleza, com efeitos especiais e carros alegóricos. A Marquês de Sapucaí é o local dos desfiles de escolas do Rio de Janeiro, tendo a festa transmitida por televisões do mundo todo. Os desfiles de escolas de samba se espalharam pelo país, sendo destaque hoje também em São Paulo. As cidades interioranas também fazem esse tipo de apresentação com escolas locais.
Outras capitais fazem festejos diferentes no Carnaval. Salvador tem o Carnaval animado pelos trios elétricos, que enchem as ruas da cidade com foliões, percorrendo circuitos definidos; Recife, a capital do frevo, tem os blocos de Carnaval e é lá que existe o “Galo da Madrugada”, considerado o maior bloco de carnaval do mundo, tendo entrado para o Guiness, o livro dos recordes; ao lado de Recife, Olinda tem nos bonecos gigantes a sua principal atração para os festejos de Momo. Outras capitais, principalmente no Nordeste, aproveitam o verão para promover grandes festas, seguindo os ritmos próprios regionais.
O ingrediente básico que faz do Carnaval uma festa para todos é a irreverência, a inversão de normas aceitas pela sociedade, liberando até mesmo comportamentos não tolerados no cotidiano.
A palavra carnaval acabou virando gíria para confusão ou balbúrdia, em referência a essa inversão de comportamento e desrespeito às normas estabelecidas moralmente.
O Carnaval tem sua origem mais remota nos rituais de fecundidade da pré-história, quando os homens celebravam o final de inverno e início da primavera, no hemisfério norte. Com o passar dos séculos e início da civilização, também era comemorado como festa de deuses específicos de cada cultura.
Com o advento do Cristianismo, o Carnaval acabou perdendo esse sentido místico, o simbolismo que representava para os antigos e tornou-se o período que antecede a época de jejum e oração.
Foi na Idade Média que surgiram os primeiros bailes de máscaras, que se tornaram populares em outros países da Europa e se espalharam pelas terras descobertas pelos europeus. A maior popularidade do Carnaval foi alcançada na época do Renascimento, principalmente na Itália e mais especificamente em Veneza, que ainda mantém um baile de máscaras à luz do dia, varando pelas noites, na Praça de São Marcos, no centro da cidade, que ainda atrai turistas do mundo todo.
O turismo tornou o Carnaval mais um espetáculo do que uma festa popular, principalmente nos grandes centros, mas os blocos conseguem manter o sentido popular da festa, reunindo milhares de pessoas nas ruas.
Desde o século XI o calendário cristão colocou o Carnaval como o período que antecede a Quaresma. Como em outras religiões, o Cristianismo preserva uma quantidade de dias no ano para jejum e abstinência de carne, com privações e orações. Embora esse período seja mais leve para os cristãos, o Carnaval ainda mantém a simbologia de festejar enquanto se pode, aproveitar os momentos antes das privações. Ainda hoje a terça-feira de Carnaval é chamada de “terça-feira gorda”, ou “mardi gras”, em francês, para lembrar que é o último dia em que se pode perder nos prazeres da carne.
A maior tradição carnavalesca na Itália acontece em Veneza, com o baile de máscaras da Praça de São Marcos. Esta festa acontece desde o século XVII, utilizando ainda trajes típicos da época renascentista, com as mulheres de longos vestidos e homens de libré e roupas de seda.
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