Cânone é um termo oriundo da palavra Grega “Kanón”, que é normalmente referida a uma vara usada para fazer relação com a quantidade de medidas.
Cânone na língua portuguesa recebeu o significado de norma, regra ou preceito, mas dependendo do contexto em que essa palavra está inserida, um significado mais especifico poderá ser dado à ela.
Para explicar isso melhor, vamos ao exemplo da literatura. Nela, um grupo de livros que são importantes para um tipo de vertente literal que precisa ser lido, ou seja, que é referência na literatura, essa é uma das situações em que a palavra cânone pode ser empregada, como por exemplo, o “Grande sertão: Veredas”, de autoria de Guimarães Rosa, é uma das obras que estão no conjunto de obras declaradas como cânones da literatura brasileira.
Já na religião, um grupo de livros que é referido como inspiração divina é chamado de cânone. Dependendo do contexto, a palavra ganha um uso especifico.
O significado de cânone, como foi mostrado anteriormente, está relacionado ao sentido de referência. Assim, existe um cânone na música ou nas artes.
Musicalmente, o cânone é quando a composição apresenta mais de uma voz, que entoarão a mesma frase melódica com uma característica peculiar de um descompasso no tempo ou andamento da música.
Uma música clássica que faz uso desse estilo é o cânone de paschelbel.
As vozes usadas nesse estilo imitativo podem não ter um número que as limite. Podem ser usadas em grandes quantidades, mas de forma sucessiva e com distancias exatas entre si, além de ter uma extensão exata também. Essas especificações fazem com que as vozes se complementem de forma harmônica. Devido à polifonia causada em seu uso, é necessário ter um bom senso de harmonia, mesmo o sentido usado na música sendo diferente. Os intervalos musicais do cânone podem ser livres, isto é, pode ser um cânone à oitava, a terça e etc.
Sendo assim, o cânone é de modo particular, uma das formas mais antigas na arte do contraponto devido ser oriundo dos cantos coreografados que eram comumente usados no estilo de música folclórica do século XIII, prova disso é o famoso summer is icumen in, um cânone inglês.
Os Séculos XV e XVI, na Holanda, foram marcados como sendo o período com o pico máximo do uso dos cânones na música, na qual J.S. Bach será sempre lembrado nas variações de Goldberg, do ano de 1741.
Quando falamos de artes, o cânone é mais do que uma referência. É, na verdade, uma regra que indica as proporções simétricas ideais para a figura do ser humano.
O famoso Homem Vitruviano, feito por Leonardo da Vinci, é mostrado como o cânone das proporções humanas, uma importante referência do que seria o corpo “certo”. Essa ideia passou a ser usada para as proporções indicadas na arquitetura, com grandes nomes como o próprio Leonardo da Vinci e Policleto serem os principais teóricos, mas haviam outros naquela época.
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