Cafundó é um substantivo masculino bastante empregado no Brasil e que se refere a um lugar ermo, longínquo e de acesso muito difícil. Diz respeito ao que está ordinariamente entre as montanhas, e é o mesmo que “cafua” que nada mais é do que uma espécie de quarto para prisão.
Cafundéu é um dos sinônimos de cafundó. A origem da palavra é incerta, embora seja possível sua ligação com a língua africana, uma vez que existem comunidades culturais que levam este nome (como se pode observar abaixo).
É comum dizer que um lugar é tão distante que o mesmo é a região “onde Judas perdeu as botas” ou simplesmente o “cafundó do Judas”. Tais expressões fazem alusão ao bíblico Judas Iscariotes que, após entregar Jesus Cristo e receber a sua recompensa, se arrependeu e resolveu suicidar-se com o enforcamento em uma árvore.
Entretanto, o mesmo não estava com as botas e nem o dinheiro, dessa forma os soldados resolveram procurar os sapatos com a esperança de encontrar junto o dinheiro. E como ninguém sabe se eles realmente encontraram, a expressão passou a ser utilizada para se mencionar que um determinado lugar está situado muito longe ou no fim do mundo.
Cafundó é o nome de uma comunidade quilombola localizado na região de Salto de Pirapora, interior de São Paulo. Habitam cerca de 80 pessoas em um território de aproximadamente 7,8 alqueires. Alguns poucos falam a língua africana e as duas famílias presentes vivem do cultivo de plantas e criação de animais para a própria subsistência.
As moradias são feitas de taipas com a cobertura de sapé, os alimentos são preparados no fogão à lenha, a cura de doenças é realizada através da manipulação das ervas e a religião é o candomblé.
Mucambo Cafundó é o título de uma canção que faz parte do álbum “Selvagens à Procura da Lei” da banda de mesmo nome, cujo lançamento foi realizado em 2013. A banda é de origem cearense e a música fala sobre a rotina de Fortaleza. A influência tanto do grupo quanto da canção é do indie rock dos anos 2000, em especial bandas como The Strokes.
É um longa metragem brasileiro que foi rodado em 2003 e com distribuição em 2005. É um drama que conta a vida de um personagem real que era ex-tropeiro e ex-escravo, que saiu da senzala no século XIX.
João Camargo (protagonista interpretado por Lázaro Ramos) sofre um verdadeiro choque com a transformação do mundo e começa a ter alucinações, dentre as quais acredita que vê Deus e que tem como missão ajudar as pessoas nesse mundo. Ele acaba criando uma igreja e no fim passa a ser conhecido como “milagreiro”, o que lhe transformou em uma lenda brasileira ou simplesmente o Preto Velho João de Camargo.
O filme teve a direção de Paulo Betti e Clovis Bueno e ganhou 17 importantes prêmios nos festivais em Gramado (RS), Los Angeles e Boston (EUA), Lleida (Espanha). O elenco ainda conta com os atores: Leona Cavalli, Leandro Firmino, Alexandre Rodrigues, entre outros.