A Cabala é considerada por muitos uma ciência oculta ligada ao Judaísmo, embora também possa ter o significado de intriga secreta, trama, conspiração. Em hebraico tem o mesmo nome, podendo ser escrita como Kabbalah ou Qabbala, entre outros, e seu significado original é “receber a tradição”, ou seja, “ensinamento do secreto”.
Como estudo secreto, os estudiosos da Cabala consideram que seja o conjunto dos ensinamentos esotéricos que explicam a relação entre o Ain Soph (sem limites) e a criação de Deus, o Universo, efêmero e mortal. Ou seja, uma filosofia esotérica que tem o objetivo de conhecer Deus e o Universo, desvendando seus mistérios, que compreendem a criação do mundo, a vida, a morte e o homem.
A Cabala tem sua origem totalmente dentro do pensamento judaico e busca decifrar o conteúdo da Torá, formado pelos cinco primeiros livros da Bíblia (Antigo Testamento), conhecido na Bíblia dos cristãos como Pentateuco. A Cabala hebraica considera que Deus deixou nesses livros os ensinamentos secretos para que o homem entendesse a Árvore da Vida.
Para os cabalistas, a Árvore da Vida é um dos mais importantes símbolos, sendo representada por dez esferas, ou sefirot, cada uma refletindo os aspectos divinos no ser humano. São os dez sefirot: Coroa, Sabedoria, Compreensão, Compaixão, Justiça, Beleza, Vitória, Renovação, Fundamento e Reino.
Para a Cabala, cada letra, cada palavra, cada número ou acento da Bíblia contém um sentido oculto e seu estudo revela quais são os significados divinos para o conhecimento do Universo.
Os cabalistas tradicionais consideram que as origens da Cabala remontam às religiões do mundo, sendo o modelo primordial da criação, da ciência, da arte e dos sistemas políticos. Na história, seu surgimento se dá entre os séculos XII e XIII, na região sul da França e na Espanha, quando veio ao conhecimento os ensinos secretos do Zohar, ou Livro do Esplendor, escrito na Espanha no século XIII, que orienta os seguidores através dos ensinamentos secretos da Cabala.
Como ciência oculta e mística, a Cabala era ensinada apenas oralmente, antes disso, para discípulos escolhidos e, até mesmo nos dias atuais, algumas seitas judaicas não a aceitam. Sua popularidade aumentou quando Madonna, Mick Jagger e o casal Luciano Huck e Angélica se disseram seguidores da Cabala.
Com sua difusão surgiram muitos ramos que se autodenominam Cabala, sempre buscando o exercício filosófico que leva ao aperfeiçoamento pessoal. Além da Cabala original, hebraica, também existem os ramos Cabala Egípcia, Cabala Cristã, Cabala Enoquiana, entre outras, que divulgam sempre estar em busca da meditação, da espiritualização, da magia.
Os estudantes de ocultismo, muitas vezes também voltados para a numerologia, afirmam que a Cabala também é um sistema de interpretação da Bíblia através de uma combinação das letras do alfabeto hebraico com números.
Para os ocultistas, a Cabala é relacionada com a Numerologia, o Tarot e a Astrologia, podendo ajudar a descobrir em cada um sua energia específica e a que está mais forte em determinados momentos da vida.
Segundo os ocultistas, foi da Cabala que vieram os ensinamentos que regem a Numerologia, tendo os rabinos como mentores. Relacionando as letras hebraicas com os números, criou-se as relações entre números e letras, possibilitando fazer previsões e análises sobre o caráter e a personalidade das pessoas, chegando mesmo a prever o futuro e a sorte dos consulentes.
Outros ocultistas consideram que referir-se a uma “numerologia cabalística” é um pleonasmo, já que a numerologia é fruto da gematria, uma técnica da Cabala para se extrair um número de uma palavra, mas tudo isso feito no alfabeto hebraico. Assim, o uso da numerologia cabalística seria o mesmo que explicar cálculos em português utilizando o alfabeto grego.
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