Bossa Nova é um movimento de música popular brasileira, considerado inicialmente como uma forma nova de tocar e cantar samba influenciada pelo jazz norte-americano, mas que acabou, por fim, se consolidando como um novo e distinto gênero musical de fusão, facilmente reconhecível em todo o mundo.
A origem da expressão, isto é, o significado de Bossa Nova, se relaciona com o início do movimento. A palavra “bossa” é uma gíria brasileira que significa “jeito atraente de fazer algo”. Como se entendia que o novo estilo era uma variação do samba, dizia-se que os músicos que assim tocavam tinham uma “bossa” nova de fazer samba. Já em 1957, houve um show com vários expoentes do gênero, onde eles foram anunciados como “um grupo bossa nova cantando sambas modernos”.
A Bossa Nova surgiu no fim dos anos 50, na Zona Sul carioca, quando amigos da classe média da cidade começaram a se encontrar para ouvir e fazer música. Costuma-se considerar o berço da Bossa Nova a casa de Nara Leão, aonde iam com frequência Roberto Menescal e Carlos Lyra, e depois também Ronaldo Bôscoli, João Gilberto, Luiz Carlos Vinhas e outros. O show a que se referiu no tópico anterior foi justamente com Lyra, Menescal e Bôscoli, junto de Sylvia Telles e Luiz Eça. A batida de violão que caracteriza o estilo até hoje foi criada por João Gilberto numa dessas reuniões, e foi o ponto de partida para a popularização do gênero.
Em 1958, foram lançados os primeiros discos de Bossa Nova. Primeiro, em abril, Elizeth Cardoso lançou o LP “Canção do Amor Demais”, todo composto por Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e contando com a participação de João Gilberto tocando seu violão característico em duas faixas, “Chega de Saudade” e “Outra Vez”. A primeira se tornaria um grande sucesso da Bossa Nova, mas não na voz de Elizeth, já que seu disco teve baixa tiragem. Em julho, João Gilberto lançou um compacto de 78 rpm contendo “Chega de Saudade” e “Bim Bom”, inaugurando, assim, com tudo a que tinha direito, a era da Bossa Nova.
Neste momento, o estilo estava caracterizado como um samba tocado com a batida de violão de João Gilberto, mudanças para acordes dissonantes – importação do jazz – e letras despretensiosas, falando sobre a natureza e amores inocentes. Neste início, Vinícius e Tom, como já eram conhecidos na noite carioca antes do movimento, despontaram como os principais compositores do gênero, mas também foram bem-sucedidos Newton Mendonça, Carlos Lyra, Chico Feitosa e Baden Powell. E entre os grupos vocais que interpretavam as canções, destacavam-se Os Cariocas, famosos pelas versões de “Samba do Avião” e “Ela é Carioca”.
João Gilberto tornou-se mundialmente famoso por suas canções quando seu disco “O Amor, o Sorriso e a Flor”, de 1960, chegou às prateleiras norte-americanas em 1962. Consolidando o sucesso internacional do gênero, foi feito um show coletivo nesse ano no Carnegie Hall, em Nova York, transmitido até para o Brasil via rádio, e até hoje tido como um marco do movimento. A partir daí, várias pessoas no Brasil e no mundo começaram a gravar os sucessos do movimento. Destaca-se o cantor e pianista Sérgio Mendes, grande sucesso nos EUA.
Tom e Vinícius compuseram ainda, juntos ou separados, grandes sucessos como “Garota de Ipanema”, a segunda canção brasileira mais regravada da história, só atrás de “Aquarela do Brasil”, e também “Água de Beber”, “Ela é Carioca”, “Eu Sei que Vou Te Amar”, “Insensatez”, “Só Danço Samba”.
No fim dos anos 60, o movimento perdeu força, tendo aberto espaço para a vanguarda da tropicália. Porém, deixou suas marcas na música brasileira internacional, com vários artistas ainda sendo influenciados pelo estilo, como Toquinho e Cazuza, e tendo-se incorporado às setlists de grupos de jazz ao redor do mundo.
Em 2009, o presidente Lula sancionou a Lei nº 11.926/09, instituindo o dia 27 de janeiro (aniversário de Tom Jobim) como o Dia Nacional da Bossa Nova.
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