Bíblia é uma palavra que atravessou milênios, com a mesma pronúncia, vindo do grego βίβλια, (bíblia), plural de βίβλιον (bíblion), tendo o significado de rolo, livro, escritos.
Bíblia é o conjunto de livros do Antigo e do Novo Testamento, considerado como a sagrada escritura, contendo, além da história do povo judeu, também as doutrinas que orientam o comportamento dos povos que compõem o cristianismo. A palavra Testamento (berith, em hebraico) tem o significado de aliança, contrato ou pacto, acreditando os cristãos que representa a ligação com Deus.
A tradição cristã estabelece que a Bíblia foi escrita por 40 autores, entre os anos de 1.500 e 450 a.C., contemplando os livros do Antigo Testamento, e entre 45 e 90 d.C. (quando surgiram os livros do Novo Testamento), totalizando um período de quase 1.600 anos. Segundo a maioria dos historiadores, os primeiros escritos considerados sagrados são mais recentes: enquanto a tradição cristã tem Moisés como o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco, outros informam que os escritos foram compilados após o exílio dos judeus na Babilônia, entre o décimo e o quarto século antes de Cristo. Há também outras teorias, de que a Bíblia foi escrita por dezenas de pessoas, oriundas de regiões e nações totalmente diferentes.
Os cristãos denominam Velho Testamento a Bíblia judaica, que contém as profecias da vinda do Messias, considerado pelos cristãos como Jesus e ainda aguardado pelos judeus. No início do catolicismo, a Bíblia era conhecida pelo seu original, em hebraico, e pela tradução grega, denominada Septuaginta.
A Bíblia dos católicos é composta por 73 livros, divididos entre Antigo Testamento (46) e Novo Testamento (27). Os protestantes consideram a Bíblia com 66 livros, sendo 39 do Antigo e 27 do Novo Testamento.
No Antigo Testamento existem 39 livros que relatam as histórias relacionadas ao povo judeu, desde a criação do mundo até os anos 445 a.C., com o último livro, de Malaquias, falando sobre a vinda do Messias.
O primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, segundo os historiadores, pode ter sido escrito por volta de 1.445 a.C., sendo que o último, o Apocalipse, teve sua escritura entre 90 e 96 d.C.
O Novo Testamento é formado pelos 4 Evangelhos, de Mateus, Marcos, Lucas e João, e ainda os Atos dos Apóstolos, as Epístolas (ou Cartas) e o Apocalipse (ou Revelação). O Novo Testamento foi originalmente escrito em grego, embora Jesus tivesse como idioma o aramaico. Muitas palavras do aramaico foram incluídas no Novo Testamento, sendo conhecidas até os dias atuais.
No Novo Testamento, com seus 27 livros, temos a apresentação da história da vida de Jesus Cristo, englobando os acontecimentos de seus milagres, de sua crucificação e de sua morte e ressurreição. O livro seguinte, Atos dos Apóstolos, narra a história original da Igreja Católica, com seu início e seus primeiros mártires, além do relato de Pentecostes, quando os apóstolos receberam a vinda do Espírito Santo e começaram a fazer milagres e falar línguas desconhecidas. Os Atos dos Apóstolos também apresenta Saulo (ou Paulo), o mais iminente propagador dos Evangelhos, depois de convertido.
Também temos no Novo Testamento as Epístolas, ou seja, as cartas que os apóstolos enviavam aos núcleos cristãos da época, exortando os fiéis a continuarem em sua fé e informando sobre os conceitos do cristianismo. As mais famosas epístolas são as de Paulo.
Ao final, o Novo Testamento traz o Apocalipse, atribuído a João, o Evangelista, que descreve o fim dos tempos e a segunda vinda de Cristo, quando todos serão julgados e quando o governo divino e justo virá à Terra.
Existem também os livros apócrifos, isto é, aqueles que não são considerados escritos por inspiração divina, embora historiadores tenham constatado sua veracidade. Segundo os teólogos, são 7 os livros apócrifos que estão na Bíblia (Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque). Outros livros apócrifos que não constam são sempre lembrados pelos estudiosos, como o Livro de Enoch, por exemplo.
Considerado o livro mais vendido de todos os tempos, a Bíblia já foi traduzida para mais de 2.000 idiomas, propagando o Evangelho e divulgando os ideais do cristianismo.
Como termo genérico, a palavra bíblia (com inicial minúscula para diferenciar da Bíblia Sagrada) é empregada para livros que informam sobre conteúdos relevantes de áreas do conhecimento humano, como nos títulos Bíblia da Administração Financeira, ou Bíblia do JavaScript, além de outros livros que se consideram detentores de todo o conhecimento existente sobre o assunto de que tratam.