Apócrifo é um adjetivo e substantivo masculino. O termo vem do Latim tardio apochryphus, que significa “desaprovado para leitura pública, secreto”.
O significado de Apócrifo é o que se considera suspeito, que é falso, isto é, que não é autêntico. É um adjetivo muito utilizado para expressar quando a origem de algo é suspeita ou duvidosa, querendo indicar que não tem a autenticidade provada.
Na literatura, apócrifo seria aquilo que permanece na clandestinidade, reproduzida às escondidas, uma obra de um autor desconhecido. Ainda, é aquilo cujo teor é diferente do que escrito pelo seu autor, podendo ser entendido como a obra que tem autoria duvidosa.
Em relação às normas jurídicas, o apócrifo seria o documento que não possui origem conhecida, não trazendo identificação ou mesmo assinatura, bem como aquele documento que não está autenticado.
No âmbito da religião, apócrifo é o termo utilizado para indicar o conteúdo rejeitado pelos dogmas de determinada crença. Ainda nessa ideia, apócrifo pode ser o conteúdo que não está incluído na lista canônica dos livros bíblicos. Por exemplo, embora algum livro seja considerado canônico pelos católicos, ele pode ser visto como apócrifo por outros cristãos, como é o caso dos protestantes.
É possível notar que durante a história do Cristianismo, muitas igrejas e seitas possuíam diferentes visões sobre a natureza de Deus e outros temas, como significados da vida e morte de Jesus Cristo – por causa dessa descentralização da religião, distintos livros foram escritos sobre estas questões.
A centralização da Igreja Católica teve o auxílio do Concílio de Niceia, que ocorreu em 325 d. C., evento que promoveu a escolha dos livros de Marcos, Mateus, Lucas e João como aqueles que representavam a versão real da passagem de Cristo na Terra. Os outros livros que retratavam essa história, que tinham origens em diversas vertentes do cristianismo primitivo, foram classificados como falsos, ou seja, apócrifos. Logo, foram excluídos do Novo Testamento.
Embora excluídos, muitos apócrifos ainda eram aceitados pelos povos, tais como o Evangelho de Maria Madalena. Curiosamente, em 1945, encontram um acervo de evangelhos apócrifos, em um jarro de cerâmica, dentro de uma gruta, no Egito – era a coleção de Nag Hammadi. Entre os vários livros encontrados, destacam-se o apócrifo de João e o apócrifo de Tiago.
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