Anátema é uma palavra que tem sua origem no grego, ἀνάθεμα, passando para o latim anathema, sendo a junção da preposição aná, cujo significado é “de lado”, mais o verbo tithemi, “colocar”. Assim, a palavra tem seu significado original como colocar de lado.
Anátema, em sua evolução para nosso idioma, tem o significado de excomunhão, execração, maldição, reprovação enérgica. O termo faz parte da linguagem canônica, sendo parte das regras da Igreja, referindo-se à condenação de uma doutrina que seja contrária às verdades apresentadas pela Igreja como partes do Evangelho e dos ensinamentos católicos estabelecidos nos Concílios e Conclaves.
No meio religioso, o anátema é a pior das sentenças para os integrantes da comunidade cristã, pois se trata da expulsão do contraventor do seio de sua crença. O anátemo, além de sua expulsão da Igreja, com direito a todos os rituais eucarísticos implantados, também e considerado amaldiçoado pelo clero.
As celebrações de anátemas são feitas em público e por representantes do alto clero, como bispos e cardeais. A tradição católica ainda impõe ritos específicos de anátemas, que são considerados piores que a excomunhão, por serem casos de heresia contra a fé.
Encontramos um caso de anátema no Velho Testamento, quando Saul, então rei de Israel, desobedece a Jeová, perdoando Agag, que Deus condenou. Saul é então anatemizado, sendo expulso do trono e rejeitado por Deus, enquanto que David acaba assumindo o seu lugar.
O Novo Testamento, com os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, considera a palavra anátema como maldição, opróbio ou execração. O apóstolo Paulo, em sua carta aos coríntios, cria um raciocínio interessante, quando diz que as pessoas que conhecem o Espírito de Deus não podem chamar Jesus de anátema, e que ninguém pode dizer que Jesus é Deus se não for através do Espírito Santo.
Assim, para o apóstolo, quem tem o Espírito de Deus não pode rejeitar o poder de Jesus. Este pensamento é a principal base da doutrina de Paulo a respeito dos dons espirituais.
Também em carta aos coríntios, Paulo diz que quem não ama a Deus é passível da rejeição dos demais, devendo ser posto de lado (anátema). Outra advertência bastante grave é contra os que pregam um evangelho diferente do que foi ensinado.
Na história da Igreja, o termo anátema tomou o sentido de excomunhão no Concílio realizado em 306 d.C., chamado de Concílio de Elvira, e foi imposto como uma forma de retirar do seio da Igreja Católica os que eram considerados hereges, ensinando doutrinas contrárias àquelas estabelecidas pela Igreja.
Isso foi feito devido às diversas heresias da época, quando muitos se achavam no direito de divulgar ensinamentos próprios, contrários aos que a Igreja procurava implantar para manter a união dos fieis.
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