Anarquismo é uma palavra derivada do grego ἀναρχος (anarkhos), que tem o significado de sem poder ou sem governo.
Anarquismo é um sistema político criado para defender a anarquia, ou seja, o fim do Estado e da autoridade que ele possui sobre uma nação. Segundo os princípios do anarquismo, o estado ideal de uma sociedade deve ser o resultado da conjugação coerente dos interesses de cada cidadão. Assim, para o anarquismo, a situação política deve ter a ausência total de constituição, de leis, direitos ou regras, que passam a fazer parte da consciência de cada cidadão.
Para os anarquistas, a implantação de uma sociedade baseada no anarquismo deve ser feita através da destruição radical de qualquer ordem estabelecida, através até mesmo de ações diretas que podem incluir os atentados, como ação para a propagação e implantação de um estado sem legislação.
O anarquismo possui diversas escolas de pensamento, que não são mutuamente exclusivas. Cada uma dessas vertentes possui uma linha de compreensão, de análise e de ação, para a edificação do anarquismo, mas todas estão vinculadas ao ideal base do anarquismo. Existem as linhas de anarquismo social e anarquismo individualista, por exemplo.
Os anarquistas, em sua maioria, são apartidários, isto é, não defendem qualquer cartilha política, opondo-se ao Estado e a qualquer regime, ditatorial ou não, dando apoio à autodefesa ou a uma ação não violenta, que é denominada de anarcopacifismo. Outros apoiam as revoluções violentas para a implantação do sistema.
As origens da ideologia anarquista se perde na história. Para alguns estudiosos, os primeiros temas anarquistas podem são do século XI a.C., nos escritos do filósofo taoista Lao Zi. Depois, as obras de Chuang-Tzu e Bao Jingyan também apresentam uma conotação anarquista. Para muitos, Chuang-Tzu foi o verdadeiro idealizado da teoria anarquista, que também é encontrada nos escritos de Diógenes de Sínope e Zenão de Cítio, na Grécia.
Para os anarquistas cristãos, o primeiro grande anarquista foi Jesus, como informa o filósofo Georges Lechartier, ao afirmar que Jesus era o fundador e que a primeira sociedade anarquista da história foi criada pelos seus apóstolos.
Na história moderna, o pensamento anarquista foi desenvolvido durante o Iluminismo, através dos argumentos do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau e de William Goldwin, sendo este o primeiro pensador a formulas concepções políticas e econômicas baseadas no anarquismo, embora não tenha se referido a esses conceitos com o título de anarquia.
Quem deu apoio às ideias de Goldwin foi Proudhon, outro pensador que recebeu uma base filosófica de Max Stimer, encontrando seus primeiros seguidores entre os russos que eram partidários do niilismo. Os principais representantes do anarquismo na Rússia foram Bakunin e o príncipe Kropotkine, além de Tolstoi.
Como organização, embora o anarquismo defenda a falta de governo, existem bases como o anarcocoletivista (indo para o pensamento de Bakunin) e anarcocomunista, que vê a leitura de Kropotkine, opondo-se aos sindicatos de classes operárias.
O anarquismo, embora confundido com o socialismo e o comunismo, nada tem em comum com essas ideias políticas, por ser o único movimento que é inimigo absoluto de qualquer organização como Estado. Mas, mesmo assim, compartilha com o socialismo e com o comunismo em muitas de suas ideias e objetivos. De qualquer maneira, ao contrário das ideias socialistas e comunistas, o anarquismo acabou amadurecendo, não atuando unitariamente em pontos importantes da organização vigente.
Consideramos, no entanto, que esses três movimentos são opostos à ideia de economia capitalista como existe hoje, embora tenham formas diferentes de oposição. O socialismo e o comunismo tem por meta alterar o Estado, passando o poder ao proletariado e fazendo com que as propriedades sejam coletivas, como atualmente podemos ver em Cuba.
O anarquismo, por seu lado, defende que o Estado precisa ser totalmente abolido, uma vez que todo e qualquer Estado pode, em determinado momento, transformar-se em regime totalitário e opressor.
Os primeiros anarquistas no Brasil aqui vieram por volta de 1850, e essas ideias foram trazidas através de imigrantes europeus. O ponto mais alto do anarquismo no século XX foi o movimento das classes operárias, que gerou grandes greves em São Paulo e no Rio de Janeiro, nos anos de 1917, 1918 e 1919. O partido Comunista Anarquista, que encabeçava as greves, acabou ficando menos influente em 1922, com a criação do Partido Comunista.
O movimento, pelas suas próprias ideias, não possui relevância história, estando apenas entre as ideias filosóficas que devem ser apenas estudadas e entendidas.
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